Correio Braziliense
postado em 25/03/2020 10:27
Antes de uma videoconferência com governadores do Sudeste, o presidente Jair Bolsonaro disse que a conversa com os executivos estaduais será sobre economia. Dentre as medidas a serem anunciadas, segundo Bolsonaro, está a suspensão da dÃvida dos Estados com a União por seis meses.
"O que eu vou tratar com eles vai ser a questão das medidas econômicas. Vai ser a dÃvida dos Estados, que por seis meses não vão pagar, é um dinheiro para a saúde, essas questões econômicas basicamente que vão ser tratadas lá".
O presidente também criticou os governadores de São Paulo, João Doria, e do Rio, Wilson Witzel, por estarem, de acordo com ele, fazendo "demagogia barata" na pandemia do novo coronavÃrus.
"Alguns poucos governadores, não são todos, em especial Rio e São Paulo, estão fazendo uma demagogia barata em cima disso. Para esconder outros problemas?", declarou Bolsonaro ao deixar o Palácio da Alvorada. "Se colocam junto à mÃdia como salvadores da pátria, como o Messias que vai salvar os seus Estados e o Brasil do caos. Fazem polÃtica o tempo todo. Não é esse o caminho que o Brasil deve seguir".
Como o Estadão/Broadcast publicou mais cedo, os governadores do Sudeste vão cobrar liderança, esclarecimento e mudança de postura de Bolsonaro após seu pronunciamento em cadeia nacional.
Alcolumbre
Bolsonaro também afirmou que pretende ligar para o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), após fazer um pronunciamento na noite de terça-feira, 24. No discurso, o chefe do Planalto criticou o confinamento da população durante a covid-19 e houve reação no Congresso.
Alcolumbre classificou o discurso como grave e cobrou uma liderança "séria, responsável e comprometida com a vida e a saúde da sua população". Em resposta, Bolsonaro declarou que não iria criticar o parlamentar e citou que o presidente do Senado está com um "problema aÃ". Alcolumbre foi diagnosticado com coronavÃrus e está em quarentena.
"Não critico, não. É um direito deles. Mas se eu falo um 'a' contra eles é uma crise institucional, então não vou falar nada. Quero solução", disse Bolsonaro quando questionado sobre a reação de Alcolumbre. "Vou ligar para o Davi hoje. Se bem que ele está confinado, está com um problema aÃ. Vou ligar para ele."
Exames
O presidente disse ainda que o Hospital das Forças Armadas (HFA) está respaldado por lei ao omitir informações sobre a lista de infectados com o novo coronavÃrus. Além disso, declarou que as pessoas não são obrigadas a revelar se estão ou não com a doença.
O hospital omitiu ao governo do Distrito Federal dois nomes em uma lista de infectados com a covid-19. Uma relação de 17 infectados, sendo que 15 estão identificados, foi entregue ao governo do DF. O presidente Jair Bolsonaro foi uma das autoridades que fizeram exame no local, mas afirmou nas redes sociais ter testado negativo.
Ao deixar o Palácio da Alvorada, o mandatário questionou a jornalistas se achavam que ele estaria escondendo algo. "Você acha que eu estou escondendo alguma coisa? Está na lei que esses laudos são segredo. Quer que eu te mande a lei? Respeita a lei. Se um tiver aqui, não é obrigado a revelar se está ou não com o vÃrus."
Ao seu lado, estava o chefe da ajudância de ordens da Presidência, Major Cid, que testou positivo para o coronavÃrus. O militar afirmou que ficou 14 dias em casa e que correu tudo bem.
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.