Politica

Covid-19: Presidente da Câmara discute saídas para crise com empresários

O pacote anunciado pelo governo federal pela manhã, que destinará R$ 40 bilhões para micro e pequenas empresas foi descrito como %u201Cna direção correta%u201D, mas, também, foi visto como tímido e insuficiente

Correio Braziliense
postado em 27/03/2020 15:38
[FOTO1]O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) conversou, no início da tarde desta sexta-feira (27/3), com empresários de diversos setores, sobre as medidas adotadas para mitigar a crise econômica provocada pela pandemia de coronavírus. Na conversa, Maia deixou claro, diversas vezes, que o governo federal precisa liderar o combate aos efeitos da contaminação pelo vírus no brasil, tanto na área da saúde, quanto da dos empregos e das empresas. Ficou claro que o grupo é favorável ao distanciamento social da população e à suspensão dos serviços para conter o vírus, mas precisa de medidas para manter a saúde mínima dos negócios. 

O pacote anunciado pelo governo federal pela manhã, que destinará R$ 40 bilhões para micro e pequenas empresas foi descrito como “na direção correta”, mas, também, foi visto como tímido e insuficiente. De acordo com o Banco Central, a medida irá beneficiar 1,4 milhão de empresas e 12,2 milhões de trabalhadores. Trata-se de linha de crédito para pagamento de vencimentos de funcionários que ganham até dois salários mínimos. Em mais de um momento os empresários se queixaram que Jair Bolsonaro parece não ter se dado conta da urgência da situação em todo país.

A lentidão do governo foi apontada como principal motivo para a confusão de parte do empresariado sobre se deve, ou não, manter as portas fechadas e os funcionários em casa. Maia destacou que é preciso um pacote de medidas, nos moldes do que foi feito por Donald Trump, nos Estados Unidos, que, em conjunto, produzam maior segurança na saúde e economia do que medidas do parlamento, sugeridas separademante. Maia falou de um “pacote para todos os setores, de forma horizontal, dando flexibilidade para a economia. 

“A gente tem que organizar nesse momento de crise aguda, de guerra, para ter previsibilidade, tranquilidade, para que possa acompanhar, semana a semana, os passos que tem que ser dados, e como a população vai sendo impactada, como o vírus atinge nossa população na saúde e economia. Depois, podemos traçar um planejamento de médio e longo prazo, retomar obras”, explicou Maia. “Como a gente não conseguiu a organização do pacote que trate de todos os setores, como aconteceu no Congresso americano, ficamos na dúvida do que vai acontecer no governo. Estamos em contato com a Saúde, e Economia, para construir uma solução com o apoio de todos, como fizemos com a renda mínima dos informais”, completou.

O Grupo de Líderes Empresariais Lide promoveu o bete-papo ao vivo com Maia. Empresário, administrador de empresas e ex-ministro do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan perguntou se Maia tem mantido diálogo com o tribunal de Contas da União, principalmente por conta de obras paradas. O presidente da Câmara afirmou que sim. E destacou que, hoje, grande parte das obras paralisadas no país sofrem mais por falta de recursos que por conta da pandemia. 

Questionado sobre um plano voltado para empresários para enfrentar a crise, Maia destacou que o Brasil precisa se inspirar em países que estão vivendo fases mais avançadas da doença. “Nesse momento de guerra, mais agudo, teremos que fazer como os outros países. Alguns setores foram isolados antes e poderiam ter política compensatória de forma paralela. O setor de turismo, de hotelaria. O que eu tenho defendido é que se não organizarmos os próximos dois meses, não teremos equilíbrio para avaliar as próximas semanas. E vai ser uma pior que a outra. As empresas vão acabar fechando. Vai ser um custo enorme”, destacou. 

“O que o governo deveria fazer? A Grã Bretanha injetou £ 330 bilhões. Os americanos também fizeram um pacote de investimento, com pagamento de salário, renda mínima, valor específico do setor aéreo, que foi o primeiro a ser atingido. Precisamos garantir o processo para olhar semana por semana. Se os mais vulneráveis são os mais idosos, como tirá-los da região metropolitana do Rio? Na classe mais alta, todo mundo está fazendo isolamento com suas famílias. Agora, uma família pobre, com seis, sete pessoas na mesma casa, vai isolar como?”, questionou.
 

Saiba Mais

 

Maia lembrou que o governo ainda não conseguiu adiar a entrega do Imposto de Renda. “É uma coisa simples. É um gesto que vai tranquilizar as pessoas. Atrasar pagamento de impostos. Muitas coisas precisam ser feitas, de forma integrada. Todos querem reduzir isolamento. Mas não podemos ter uma onda de isolamento, parar, voltar e ter uma onda maior de perdas de vidas e, depois, uma maior ainda, econômica”, alertou.

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