Politica

Em live com empresários, Rodrigo Maia fala dos riscos de o governo não agir

ntre os assuntos, Maia comentou a polarização nas redes sociais, entre os que afirmam que é importante ficar em casa para evitar a propagação do vírus, e os que afirmam que é preciso movimentar a economia.

Correio Braziliense
postado em 27/03/2020 16:56
ntre os assuntos, Maia comentou a polarização nas redes sociais, entre os que afirmam que é importante ficar em casa para evitar a propagação do vírus, e os que afirmam que é preciso movimentar a economia.Em live para Grupo de Líderes Empresariais Lide, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) falou com empresários da importância de coordenar trabalhos entre os poderes para ter eficiência no combate às crises na Saúde e na economia provocadas pelo coronavírus. Entre os assuntos, Maia comentou a polarização nas redes sociais, entre os que afirmam que é importante ficar em casa para evitar a propagação do vírus, e os que afirmam que é preciso movimentar a economia. 

O parlamentar comentou os desafios após o empresário Ivo Wohnrath questionar se o governo federal não estaria sendo tímido e lento nas medidas para garantir que a população passe pelo pior período de contaminação, que deve ir até o fim de abril.  “Se o governo garantir previsibilidade para os próximos dois meses, acaba o conflito nas redes. A Itália liberou antes do fim e a tragédia veio. Os exemplos que tivemos no mundo é que começar fechando, depois liberar antes do fim do prazo, o impacto é pior. É uma segunda onda de recessão”, alertou.

Maia falou de decisões simples “que o governo deveria ter tomado”. Como, por exemplo, financiamentos para empresas com o Executivo federal como avaliador. “Esperamos, para segunda-feira, a liberação dos contratos de trabalho. O governo tem medo do gasto. Se for organizado, tenho certeza que os conflitos não existirão. Agora, liberar (do isolamento) agora vai ser uma tragédia. Vamos ter que torcer que o vírus atinja as camadas mais simples de forma diferente de outros países”, supôs.

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O presidente da Câmara também destacou que a falta de ação do governo está gerando um conflito entre sociedade, governadores e presidente. “Esses conflitos não ajudam. A sociedade deveria estar unida. Tem que organizar a curto prazo para poder pensar em como retomar obras e garantir o sistema produtivo. Se não organizarmos, vamos bater cabeça. Cada um pensando de um jeito. Quer fazer isolamento vertical? Como a gente isola os idosos? Temos políticas públicas para isso? O governo federal vai precisar colocar recursos. Não tem alternativa, destacou.

“Ou a gente vai, respeitando as divergências, ter responsabilidade e comandar as soluções, ou vamos gerar conflito na sociedade. O presidente tem uma posição, governadores, outra, prefeitos, outra, nós mais uma. Temos que encontrar um ponto comum, gerar uma harmonia. Ou vamos ver os que outros países fizeram, ou vamos navegar no escuro. Vai haver falta de previsibilidade do setor produtivo. Vimos uma tragédia (em outros países)”, afirmou. 

“Vamos rezar para que a população tenha uma imunidade maior que outros países. Se olharmos para os médicos, para o que estão falando, temos que organizar a estrutura da sociedade, para, nas próximas semanas, pensar em liberar o isolamento. Nesse momento, a gente corre um risco muito grande. Como França, Itália; Nova York está preocupante. Ontem eu fiz uma proposta publicamente para reabrir o diálogo e, respeitando as divergência, construir algo em relação ao que nos une”, completou. 

Embora peça harmonia e diálogo entre os poderes, Maia também disse que o Congresso não se furtará a tomar as decisões necessárias caso o Executivo não passe a liderar a situação. “Ou o governo vai decidir, ou o Congresso vai decidir. É péssimo. Se a decisão não chegar do governo, vai ficar desorganizada. Deixa de pagar concessionária de rodovia, aluguel, telefone, água? E se parar o setor de telefonia? Ou se faz a coisa organizada e dá solução aos problemas?

“Em relação à questão dos impostos, é óbvio que o gov ja´deveria ter feito os contratos e aberto o seguro desemprego, não apenas para pagar salário, mas para garantir capital de giro. É preciso uma coisa integrada, para dar segurança a sociedade. Se não, vai gerar insegurança, imprevisibilidade. Setor de shopping, é óbvio que já deveria ter feito uma política compensatória. Mas isso é passado. Vamos organizar o futuro. O governo tem poucos dias para não criarmos o conflito. Vamos ter uma confusão grande na sociedade se não tiver previsibilidade. Se não tiver a liderança do governo, vai ser decidido, mas vai ser um remédio em doses desnecessárias. E para curar uma doença, você precisa da dose correta. O governo precisa entender que tem decisão inevitáveis e precisam ser tomadas com celeridade”, destacou. 

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