Politica

Bolsonaro chama Doria de "papagaio de auditório" e duvida de mortes em SP

Presidente reclamou das constantes entrevistas coletivas do governador de São Paulo e disse não acreditar na quantidade de óbitos já registrada no estado em decorrência do novo coronavírus

Correio Braziliense
postado em 27/03/2020 22:20
Presidente reclamou das constantes entrevistas coletivas do governador de São Paulo e disse não acreditar na quantidade de óbitos já registrada no estado em decorrência do novo coronavírusEm um novo episódio dos recentes embates com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), o presidente Jair Bolsonaro o chamou de “papagaio de auditório” por conta das frequentes coletivas de imprensa que ele tem feito para anunciar as ações do governo paulista contra o novo coronavírus. Além disso, Bolsonaro desdenhou da quantidade de mortes no estado em razão da Covid-19, que nesta sexta-feira (27/3) chegou a 68.

“Não tenho que ouvir esse cidadão aí dando entrevista. Ele virou papagaio de auditório. Tá o tempo todo dando entrevista. Não me interessa pegar a opinião dele”, criticou o presidente da República, durante entrevista ao programa Brasil Urgente. “Ele exagerou na dose. Espero que dê pra ele aí um comprimido de humildade para conduzir esse estado maravilhoso, que é o meu estado, o nosso estado”, complementou Bolsonaro. 

Sobre o número de óbitos pelo novo coronavírus em São Paulo, o presidente pontuou que “está muito grande para São Paulo”. “Sem querer polemizar com ninguém, tem um estado aí que orientou por decreto que, em última análise, se não tiver uma causa concreta do óbito, bota lá coronavírus para colar. Não estou acreditando nesse número”, reclamou Bolsonaro.

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Novamente, ele mencionou possíveis ambições políticas que possam interferir na contagem feita pelo estado. “Tem que ver o que está acontecendo aí. Não pode ser um jogo de números para favorecer interesses políticos. ‘Olha, morreu tanto aqui no meu estado. Então, justificou as medidas que eu tomei’. Não é por aí. Ele (Doria) falou que na Itália não tomaram cuidado com os velhinhos. Os velhinhos estavam dentro de casa, não estavam na rua passeando. Então, não adianta querer torturar números de fora do Brasil para justificar ações aqui dentro. Nós queremos é a solução”, analisou Bolsonaro.

“Procura saber, por estado, quantos morreram por H1N1 até o momento. Não é que eu queria que tenha morrido. Ano passado foram 700 pessoas mais ou menos. Vai ter que ter alguém que morreu este ano disso aí. Se for todo mundo com coronavírus, é sinal de que o estado está fraudando a causa mortis daquela pessoa, querendo fazer uso político de números. Isso a gente não pode admitir”, reforçou o chefe do Palácio do Planalto.

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