Politica

Brasília-DF

Correio Braziliense
postado em 28/03/2020 04:03



Bolsonaro escalou Doria como adversário em 2022

A obsessão de Jair Bolsonaro em confrontar João Doria deixou na classe política a certeza de que o presidente já escalou o tucano paulista como o adversário a enfrentar, daqui a dois anos, dentro da sua fatia do eleitorado. “Bolsonaro já escalou o adversário de 2022, isso parece claro”, diz o líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (AM), referindo-se ao governador de São Paulo.

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A avaliação de Braga é compartilhada com parte dos bolsonaristas que, entretanto, fazem um reparo à análise do senador. A ordem entre os aliados do presidente é evitar que o governador paulista cresça e ocupe espaço agora. A expectativa é, lá na frente, deixar em campo a tradicional polarização com o PT, partido que Bolsonaro considera mais fácil derrotar. Até aqui, a estratégia de tirar aliados do páreo deu certo. Sérgio Moro, por exemplo, está mais recuado.


As desconfianças de Bolsonaro


Aos seus mais fiéis escudeiros, o presidente chega a dizer que o governo de São Paulo está inflando o número de casos de mortes apenas para dizer que ele está errado ao pedir a flexibilização do isolamento. Acha que tudo é feito para prejudicá-lo no comando do país.

A verdade dos técnicos

Em todo o país, como relatou ontem a coluna, um dos problemas é a subnotificação –– inclusive em São Paulo. Em conversas reservadas, técnicos do Ministério da Saúde dizem ter certeza de que o número de casos de pessoas doentes e mortes no Brasil é superior ao informado até o momento.

Enquanto isso, nos Estados Unidos…

Desde que o presidente Donald Trump optou por testar todos, o número de casos ultrapassou a barreira dos 100 mil.

Em vez de reclamar, ajude aí

Dadas as restrições de caixa que o Brasil enfrenta, a maioria dos políticos considera que não é hora de reclamar dos recursos que o governo disponibiliza à população carente, às santas casas e às empresas. O momento é de tentar buscar mais recursos para atender a saúde. Paula Belmonte (PPS-DF), por exemplo, quer que a cota parlamentar seja destinada ao combate à Covid-19. Se aprovada a proposta, serão mais R$ 160 milhões.

O vídeo da discórdia


A campanha O Brasil Não Pode Parar agitou os bastidores da política e deixou estarrecida grande parte da equipe do Ministério da Saúde, ao praticamente propor a volta de todo o comércio. O vídeo começa dizendo que para 40 milhões autônomos, para os ambulantes, engenheiros, arquitetos, advogados, professores particulares, comerciantes, do bairro, lojistas do centro, o país não pode parar.

O vídeo da discórdia II

A peça cita ainda, para os doentes e os infectados de coronavírus, que o Brasil não pode parar. Epa! Aí as autoridades sanitárias deram um pulo. Se o Brasil inteiro voltar à vida normal já, muita gente pode adoecer ao mesmo tempo e será impossível atender a todos. Assim, restou à Secretaria de Comunicação anunciar que a peça era “experimental”.


CURTIDAS


O padrinho do vídeo/ Entre quatro paredes, aliados de Bolsonaro contam que um dos idealizadores do vídeo o Brasil não pode parar foi “você sabe quem”... 02, Carlos Bolsonaro.

Deu ruim/ A hashtag #obrasiltemquepararbolsonaro ocupava os trends topics no Twitter, no início da noite de quinta-feira. Mais um sintoma de que o vídeo não pegou da maneira que o governo esperava.

Ficamos assim/ Deputados e senadores que observam com lupa os movimentos políticos, e a forma como Bolsonaro tem tratado as crises causadas pelo coronavírus, em especial, o isolamento, concluem: “Nem nós estamos 100% certos, nem Bolsonaro está 100% errado. Não há uma regra geral, mas não pode ser o samba do crioulo doido”, diz o senador Eduardo Braga (foto).

Epa!!/
Jair Bolsonaro disse no programa de Luiz Datena que “quem quer dar o golpe jamais vai falar que vai dar” deixou muita gente de cabelo em pé. Equilíbrio, em tempos sombrios de pandemia e crise econômica, é o mínimo que se espera das autoridades públicas.



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