Politica

Investimento é 2,9% do PIB

Correio Braziliense
postado em 29/03/2020 04:03


Um estudo feito pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostra que o investimento anunciado no Brasil no combate ao coronavírus é menor do que os realizados em outros países. O montante que o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que será injetado na economia brasileira nos próximos três a quatro meses é de R$ 700 bilhões. Mas, como boa parte isso não representa dinheiro novo, a FGV calcula que as medidas de enfrentamento à Covid-19 terão um impacto de aproximadamente 2,9% do PIB do Brasil.

A avaliação é feita pelo economista Manoel Pires, que fez esse estudo sobre o impacto fiscal das medidas emergenciais anunciadas nas últimas semanas.  Pires fez um cálculo considerando que o governo aplicaria um valor até superior ao que foi anunciado recentemente por Guedes, chegando a R$ 844 bilhões. O montante representaria 11,6% do PIB do Brasil, mas caiu para 2,86% do PIB quando foram descontadas as antecipações que não trarão impacto fiscal para o governo, como a antecipação do 13° salário de aposentados e pensionistas do INSS e do abono salarial, que já estavam no orçamento do governo e foram apenas antecipados nesse momento. O percentual pode ser ainda menor diante do novo cálculo do ministro. Por isso, ficará abaixo dos investimentos que vêm sendo feitos por outros países do mundo.

O estudo do economista da FGV calcula, por exemplo, que os Estados Unidos já anunciaram um pacote que equivale a 6,3% do seu PIB em medidas de enfrentamento ao coronavírus e ainda podem ampliar essa participação para 11,3% depois de uma negociação que está em curso no Congresso. Na Alemanha, esse percentual chega a 12%. Na França, a 13,1%. E na Espanha e no Reino Unido a 17% do PIB.

Presidente do Comitê dos Secretários de Fazenda dos Estados e do Distrito Federal (Comsefaz), Rafael Fonteles afirma que existem “decisões de outras nações atingidas pela Covid-19 que demonstram com muita clareza a preocupação dos governantes em controlar a pandemia e mitigar os seus efeitos na economia, garantindo à sociedade e ao trabalhador a assistência financeira necessária”.

“A União Europeia, de forma inédita, acionou ‘cláusula de pânico’ que libera os gastos públicos; o Reino Unido destinou 15% do seu PIB; o governo espanhol, 20%; e o governo americano direcionou 2 trilhões de dólares para intervenções do Estado. O governo brasileiro, em nossa visão, deve seguir nessa mesma linha e realizar pacotes semelhantes com pelo menos 15% do PIB, ou seja, mais de R$ 1 trilhão”, disse.

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