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Guedes diz que, como cidadão, prefere ficar em casa e fazer isolamento

Ministro da Economia ponderou que se por um lado, como economista, gostaria de manter a produção, por outro entende a necessidade do isolamento social no combate ao coronavírus

Correio Braziliense
postado em 29/03/2020 14:10

Ministro da Economia ponderou que se por um lado, como economista, gostaria de manter a produção, por outro entende a necessidade do isolamento social no combate ao coronavírusO ministro da Economia, Paulo Guedes, ponderou sobre uma dificuldade de manter o equilíbrio entre Saúde e Economia, falando que se de um lado existe a preocupação com a produção do país, do outro existe o receio à contaminação do novo coronavírus, que pode levar o sistema público de Saúde a um colapso. Em reunião com prefeitos da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Guedes falou sobre uma estimativa de três meses de isolamento social no combate ao vírus, mas pontuou que no prazo a economia que pode entrar em colapso.

 

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“Como economista, eu gostaria que nós pudéssemos manter a  produção e voltar mais rápido. Eu, como cidadão, seguindo o conhecimento  do pessoal da (área da) Saúde, ao contrário: aí eu já quero ficar em casa e fazer o isolamento. Essa linha de equilíbrio é difícil. Mas é coisa de dois, três meses, vai rachar para um lado ou para o outro. Ou funciona o isolamento em dois meses, ou aí vai ter que liberar (a produção), porque a economia não pode parar também senão desmonta o Brasil todo”, disse. 

 

O ministro da Economia, Paulo Guedes, ponderou sobre uma dificuldade de manter o equilíbrio entre Saúde e Economia, ressaltando que se de um lado existe a preocupação com a produção do país, do outro existe o receio à contaminação do novo coronavírus, que pode levar o sistema público de Saúde a um colapso. Em reunião com prefeitos da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Guedes falou sobre uma estimativa de três meses de isolamento social no combate ao vírus, mas pontuou que no prazo a economia pode entrar em colapso.

 

“Como economista, eu gostaria que nós pudéssemos manter a  produção e voltar mais rápido. Eu, como cidadão, seguindo o conhecimento  do pessoal da (área da) Saúde, ao contrário: aí eu já quero ficar em casa e fazer o isolamento. Essa linha de equilíbrio é difícil. Mas é coisa de dois, três meses, vai rachar para um lado ou para o outro. Ou funciona o isolamento em dois meses, ou aí vai ter que liberar (a produção), porque a economia não pode parar também senão desmonta o Brasil todo”, afirmou.

 

Guedes disse ter a informação de que o contágio pelo vírus deve acelerar agora, e que é possível que o sistema econômico consiga aguentar no máximo três meses de quarentena, desde que algumas atividades não parem. O ministro explicou que mantendo estradas abertas para que as safras cheguem a todos os Estados e litoral; mantendo a produção de alimentos, medicamento, farmácias e mercados abertos, caminhoneiros trabalhando, é possível “esticar” os efeitos drásticos da crise sobre a economia. 

 

“Normalmente você aguenta um, dois meses. Com isso funcionado, talvez você aguente três meses sem um colapso completo da economia. Passou de dois, dois meses e meio, começa a pressão total, a economia começa a se desorganizar. E para a saúde, aparentemente é preciso de três meses. Nós estamos espremidos, porque mais dois, três meses, a economia não aguenta. Mas menos que isso, parece que a Saúde também se precipita. Então, é uma decisão difícil”, disse. 

 

O ministro afirmou que é preciso respeitar as opiniões dos dois lados, dizendo ser válida as ações iniciais dos governadores que implementaram medidas duras de distanciamento social, mas ressaltando que, para ele, também é válida a posição do presidente Jair Bolsonaro, que avisou sobre os efeitos da quarentena sobre a economia. Nos últimos dias, o presidente tem pregado a necessidade de que as pessoas retornem ao trabalho, minimizando o potencial do vírus ao chamá-lo de "gripezinha". 

 

De acordo com Guedes, se passar muito tempo com as pessoas em casa, sem trabalhar, a produção pode desabar e o país poderia entrar em uma depressão, com prateleiras vazias e sem alimento para as pessoas. "Fica todo mundo em casa com dinheiro para comprar, porque a gente está injetando R$ 700, R$ 800 bilhões, mas não tem nada na prateleira. E aí a gente vai para o desabastecimento, inflação volta, juro, e vamos para o desastre total", afirmou.

 

Especialistas têm dito nos últimos dias que é possível aliar o cuidado com a Saúde com a Economia do país. Na semana passada, o Correio conversou com procuradora do Ministério Público de Contas de São Paulo, Élida Graziane Pinto, que afirmou que as medidas tomadas pelo governo federal não precisam significar a paralisação da economia, mas sim pensar em ações inteligentes, levantando as demandas claras a partir de uma coordenação nacional. 

 

“É falsa a antítese entre economia e saúde”, disse. A procuradora pontuou que o governo federal poderia usar a capacidade instalada da indústria e converter as produções e serviços para o combate ao coronavírus. Da mesma forma que a Ambev transformou o parque industrial para a produção de álcool em gel, a indústria automobilística poderia converter a produção de carros comuns para ambulâncias com UTI; os hotéis poderiam fazer isolamento das situações mais graves. 

 

“Eles têm o 'know how' (conhecimento; saber fazer). É o que economistas chamam de recondução produtiva. É o governo demandando, contratando, mantendo emprego e atendendo a demanda sanitária, de forma racional. Sem fazer isso de forma atabalhoada como o governo está fazendo”, disse.  

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