Politica

Conversa "para inglês ver"

Correio Braziliense
postado em 30/03/2020 04:23

Embora um corte nos salários de funcionários públicos dos poderes não esteja oficialmente em discussão, as repetidas falas do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, incomodam algumas categorias. Para o presidente da Associação Nacional dos Advogados Públicos Federais (Anafe), Marcelino Rodrigues, existem formas mais eficientes de o governo levantar o dinheiro necessário para enfrentar a crise.

Rodrigues argumenta que os funcionários públicos não podem receber menos por executar as mesmas atribuições e que, mesmo trabalhando de casa, não tiveram redução de carga. Para ele, a fala de Maia é “para inglês ver”. “Ele mesmo fala que é simbólico, pois, efetivamente, isso não vai solucionar nada. A ordem de investimento é de centena de bilhões de reais. Se você conseguir R$ 2 bi com servidores, vai ser muita coisa”, argumenta. Para o representante dos advogados públicos federais, uma ação nesse sentido também iria na contramão do que outros países têm feito para conter os impactos econômicos do vírus.

“No Reino Unido estão garantindo salário. Nos EUA, uma renda básica. E no Brasil, eles falam em corte quando os especialistas pedem fomento da economia. Existem outras possibilidades. Taxar os bilionários de lucro líquido de 10% no último ano, chega a R$ 200 bi de economia para direcionar. É muito mais efetivo que tratar da questão do servidor público”, rebate Marcelino.

Por meio de nota, a Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal avisou que vai articular com parlamentares “para que não seja colocado em pauta o projeto de lei que reduz os salários do funcionalismo federal em até 25%.”(LC)

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