Politica

Presidentes do STF e da OAB defendem isolamento social para conter Covid-19

De acordo o ministro Dias Toffoli, "tudo o que tem ocorrido no mundo leva a crer dessa necessidade do isolamento". Já Felipe Santa Cruz reforçou: "vamos ficar em casa"

Enquanto o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, divergem sobre a importância do isolamento social como ferramenta de combate ao novo coronavírus, os presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, se posicionaram a favor das medidas de confinamento como estratégia de prevenção.

Nesta segunda-feira (30/3), os dois conversaram por meio de uma live no Instagram. Toffoli foi bem enfático ao defender o seu argumento, pedindo que a população dê atenção às recomendações de autoridades sanitárias, especialmente da Organização Mundial da Saúde (OMS). Para Toffoli, o momento é de solidariedade, "onde não dá para tomar decisões em cima do ‘eu acho’, do que ‘eu penso’, do que ‘eu queira que fosse’, senão, a realidade se volta contra nós".

"Tudo o que tem ocorrido no mundo leva a crer dessa necessidade do isolamento, realmente, que é para puxar a diminuição de uma curva (de infecções) e poder ter um atendimento de saúde para a população em geral. É um momento de solidariedade entre todos os cidadãos do nosso país e em todo o mundo", frisou o presidente do STF.

Na conversa, Felipe Santa Cruz compartilhou da opinião de Toffoli. “Vamos ficar em casa, com serenidade, e tudo isso vai passar", afirmou o presidente nacional da OAB.

Defesa à imprensa

Dentre outros assuntos abordados na live, Toffoli e Santa Cruz conversaram sobre a atuação da imprensa neste momento de pandemia. Desde a aparição dos primeiros casos no país, os veículos de comunicação têm sido duramente criticados por Bolsonaro. No último fim de semana, Mandetta também reclamou dos jornais, ao dizer que a imprensa é "tóxica".

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Segundo Toffoli, "não existe um estado democrático de direito sem um Judiciário independente, sem uma advocacia que possa ter a liberdade de ter a coragem de dizer o que precisa ser dito, sem ter uma imprensa livre, uma imprensa que também possa dizer e trazer luz aos fatos, e mostrar os fatos".

"Os fatos, eles estão aí, não podemos desrespeitar. E trabalhar em cima desses fatos. E a partir de fatos verdadeiros vamos tomar as melhores decisões. Não há como querer esconder fatos, num estado democrático de direito, isso não existe, não há como deturpar os fatos. E a democracia não é dado da natureza, é construção da cultura humana. Precisamos defendê-la a todo momento", frisou o ministro.