Correio Braziliense
postado em 31/03/2020 18:41
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), estimou, nesta terça-feira (31/3) que o país deverá investir 10% do PIB (produto interno bruto) no combate à crise de saúde e econômica provocada pela pandemia de Covid-19. A fala do parlamentar aconteceu em coletiva de imprensa no fim da tarde desta terça-feira (31/3), pouco antes da sessão da Casa, marcada para as 18h.
Segundo Maia, a proposta de emenda à Constituição (PEC) que separa o orçamento da crise do orçamento anual do governo, apelidada de PEC da Guerra, tem apoio de todos os partidos e precisa, agora, apenas da aprovação da equipe do governo, que estaria insatisfeita com o poder de controle dado ao Congresso no texto.
"Damos muito poder ao governo para enfrentar a crise, afastando a Lei de Responsabilidade Fiscal, a regra de ouro e resolvendo o problema do Banco Central, de ir direto ao mercado. Tudo o que a área técnica demandou, atendemos. Mas todos (os deputados) entendem que o controle é do Parlamento, e tem que ficar expresso que o poder é do Parlamento. Se não, fica parecendo que o governo tem poder absoluto para tomar qualquer decisão. É assim que funciona a democracia", defendeu.
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Maia destacou que tem uma lista de projetos com apoio dos partidos, todos voltados ao combate aos efeitos do coronavírus na Saúde e na economia. Entre eles está a PEC da segregação do orçamento e o Plano Mansueto, que socorre estados e municípios com dificuldades fiscais e dará fôlego para as esferas da federação enfrentarem o coronavírus. Outro projeto na fila é o que adia o prazo final de entrega do Imposto de Renda para pessoas fixas e o atraso no pagamento da contribuição patronal para a Previdência.
A expectativa de Maia é ter outras duas sessões, uma nesta quarta (1/4) e outra nova sessão na sexta-feira (3/4). Talvez na sexta façamos uma nova sessão. Estamos esperando a MP da garantia do emprego. O governo encaminhando hoje, a gente trabalha com a proposta do governo. Se não, a partir de amanhã a gente trabalha os projetos dos deputados. O ideal é votar a MP do gov com as mudanças da Câmara e Senado.
O presidente da Câmara também pediu pressa na sanção do PL do auxílio financeiro a trabalhadores informais. A ideia do governo seria começar distribuição somente em 16 de abril, começando pelos que já estão cadastrados no Bolsa Família. “Se é um apoio emergencial, 16 de abril não parece emergencial para quem precisa de recursos. O governo tem condição, com trabalho de mutirão, de organizar o pagamento antes de 16 de abril. Com a palavra emergencial, não me parece que aguardar até 16 de abril é a solução”, cobrou.
O deputado disse ainda que, se o governo não enviar a medida provisória que suspende os contratos trabalhistas, deputados farão um projeto alternativo para ser votado na sexta-feira. Maia, porém, destacou que a melhor é uma MP, que tem validade imediata.
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