Politica

Guedes: teste massivo pode contribuir com retomada econômica após a crise

Guedes não indicou por quanto tempo mais o governo federal estuda ser necessário manter o isolamento social

Correio Braziliense
postado em 04/04/2020 16:06
Guedes não indicou por quanto tempo mais o governo federal estuda ser necessário manter o isolamento socialO ministro da Economia, Paulo Guedes, disse neste sábado (04/04) que o governo federal já está estudando uma maneira de retomar as atividades econômicas com segurança quando não for mais preciso manter o estado de isolamento social decorrente da pandemia do coronavírus.

A ideia é fazer testes massivos nos trabalhadores para que quem esteja saudável possa voltar a trabalhar. Mas, frisou Guedes, só deve ser implementada quando o Ministério da Saúde liberar a volta da circulação das pessoas nos centros urbanos.

"Nós já estamos nos preparando, pensando lá na frente. Justamente em ter em massa, que funciona, ajuda para quando começamos a furar a segunda onda da economia. É o passaporte da imunidade. As pessoas vão sendo testadas, pode ser semanalmente, e quem tiver livre continua trabalhando. E aí fazendo teste pode ir girando a economia, mas lá na frente. Eu repito: estamos em isolamento social, sob coordenação do ministro Mandetta", afirmou Guedes, em conferência realizada com empresários e entidades vinculadas à União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços (Unecs), neste sábado.

Guedes disse que conversou hoje mesmo com um amigo da Inglaterra que pode enviar 40 milhões de testes por mês para o Brasil. Mas ressaltou que tudo isso só será adotado depois do pico da pandemia do Covid-19, sob autorização e coordenação do Ministério da Saúde. Afinal, como tem falado Guedes, o coronavírus tem duas ondas: uma de saúde e outra econômica.

"Agora, estamos em isolamento. Estamos planejando a saída, para quando sair lá na frente do regime de isolamento. Estamos sob coordenação do ministro Mandetta, em isolamento social. Estamos na primeira onda", frisou o ministro da Economia.

Guedes não indicou por quanto tempo mais o governo federal estuda ser necessário manter o isolamento social. Diferente do presidente Jair Bolsonaro, até falou da necessidade desse distanciamento social nessa "primeira onda" da pandemia do Covid-19. 

Mas pediu que as empresas e os consumidores brasileiros mantenham-se unidos, de forma virtual, quando se trata de economia. Para isso, pediu que contas como as de luz e telefonia continuem sendo pagas, pediu que os consumidores continuem movimentando os restaurantes e as lojas locais por meio do delivery e defendeu o uso das medidas de manutenção do emprego que foram anunciadas pelo governo.

"Se, do ponto de vista da saúde, é importante nos manter afastados. Do ponto de vista econômico, é ao contrário. Um pode salvar o outro. Não podemos soltar a mão dos outros economicamente. Então, vamos usar os serviços digitalmente pelo menos, vamos fazer os pagamentos", disse Guedes.

Saiba Mais

Os empresários que participaram da live concordaram com Guedes, mas pediram o reforço e o aprofundamento das medidas de enfrentamento à crise que vêm sendo anunciadas pelo governo - medidas que, segundo Guedes, já somam R$ 800 bilhões e vão levar o déficit brasileiro a 6% do PIB. 

"A preocupação dos empresários brasileiros é grande de que os números apresentados pelo governo para atender as empresas brasileiras não são suficientes e não estarão chegando à maioria das empresas. As empresas não estão capitalizadas para fazer frente a esse pandemônio econômico", alertou o presidente da Unecs, George Pinheiro. Guedes prometeu, então, aprofundar essas medidas, sobretudo ampliando o crédito e direcionando esse crédito para as empresas brasileiras. 

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