Correio Braziliense
postado em 05/04/2020 04:14
No cenário internacional, as perspectivas para o Brasil no contexto pós-pandemia também são preocupantes. Analistas ouvidos pelo Correio avaliam que a pior das saídas será manter o Itamaraty com uma política pouco pragmática, comandada pelo chanceler Ernesto Araújo.
“Se olharmos para 100 anos atrás, quando houve a pandemia de Gripe Espanhola, foi em meio a um momento, no fim da Primeira Guerra Mundial, de espalhar um grande nacionalismo e chauvinismo. Esse quadro não se alterou com a pandemia”, observa Günther Richter Mros, professor do Departamento de Economia e Relações Internacionais da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
Mros vê um quadro parecido no século XXI. “Países mais poderosos, com mais dinheiro, pagam mais e levam seus aviões para encher de mercadorias. Isso não é cooperação. É quase um salve-se quem puder. Tenho uma visão bastante pessimista”, diz.
O professor afirma que o novo desenho internacional dependerá da postura dos países com poder de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas — composto por Estados Unidos, China, Rússia, França e Reino Unido.
“Esses cinco estão sendo muito atingidos pelo vírus. A única solução seria criar um protocolo de crises enquanto são epidemias, antes que se tornem pandemias. Esse protocolo de crises teria que socorrer países que estão passando pela epidemia e pandemia. Novamente, o Brasil é coadjuvante. Continuará tendo o papel que tem, de provedor de alguns produtos, pífia participação no mercado internacional e pouco a contribuir enquanto tivermos uma degradação da imagem da nossa diplomacia”, lamenta.
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