Correio Braziliense
postado em 05/04/2020 04:15
O presidente Jair Bolsonaro postou nas redes sociais, ontem, um vídeo convocando a população para jejuar e orar hoje, dia que ele próprio classificou como o da “campanha de jejum e oração pelo Brasil”, conforme escreveu na legenda da publicação. Na filmagem, com a hashtag “Jejum pelo Brasil”, 34 pastores de diferente igrejas evangélicas endossam o pedido e classificam o chamado como “proclamação santa feita pelo chefe supremo da nação”.
“Os maiores líderes evangélicos desse país atenderam à proclamação santa feita pelo chefe supremo da nação, o presidente Jair Messias Bolsonaro, e convocam o exército de cristo para a maior campanha de jejum e oração já vista na história do Brasil”, diz um trecho.
O bispo Edir Macedo, fundador da Igreja Universal do Reino de Deus, e a mulher, Ester Bezerra, também aparecem na filmagem. “Nós temos esse clamor pela nação: Deus venha ouvir esse clamor”, exorta Macedo, que, dias atrás, minimizou a gravidade do novo coronavírus e afirmou que a pandemia é uma “tática de Satanás” e uma estratégia da mídia “para apavorar as populações e nações”.
No último dia 2, Bolsonaro conversou com um grupo de pastores, na porta do Palácio da Alvorada. O grupo orou pelo presidente e pediu que convocasse a nação para um jejum, pois, como chefe do Executivo, ele teria “autoridade”.
Também estão marcadas carreatas para hoje, convocadas pelo movimento Nas Ruas. Publicações no Twitter criticam os decretos estaduais de combate ao coronavírus por ferirem o “direito de ir e vir” e proibir a reabertura de comércio, escolas e templos religiosos. Porém, ontem, em Brasília, um grupo se antecipou e foi para a Esplanada dos Ministérios pedir o fim do isolamento social e a reabertura dos comércios.
Fornecimento
Bolsonaro afirmou, também por meio das redes sociais, que pediu ao primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, que mantenha a continuidade do fornecimento de insumos para a produção da hidroxicloroquina, medicamento que vem sendo estudado para o tratamento contra o novo coronavírus. “Solicitei apoio na continuidade do fornecimento de insumos farmacêuticos para a produção da hidroxicloroquina. Brasil e Índia continuarão grandes parceiros pós-crise do coronavírus, e não mediremos esforços na luta para salvar vidas”, escreveu. Na postagem, publicou uma foto em que faz uma teleconferência ao lado do chanceler Ernesto Araújo e outros assessores. Também por meio das redes sociais, Bolsonaro informou que, entre os remédios que tiveram o imposto zerado estão a hidroxicloroquina e a azitromicina. Segundo ele, os próximos a serem ‘zerados’ são zinco e vitamina D.
Momento é de “união nacional”, diz Toffoli
O ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal, afirmou em vídeoconferência promovida pelo banco BTG Pactual, ontem, que o momento é de união nacional. “Nós temos que nos concentrar em uma união nacional para pensar o momento atual que estamos vivendo, continuar com o funcionamento essencial do sistema democrático, as instituições, o Congresso, Executivo, Legislativo, Judiciário, o sistema de Justiça, as funções essenciais de manutenção da sociedade”, afirmou, durante o debate sobre a pandemia e o papel do Poder Judiciário nesta crise. Sem dar exemplos, salientou que as pessoas não devem se perder em “determinadas polêmicas retóricas naturais da política”. Para Toffoli, os Três Poderes têm atuado para tentar fazer com que o Brasil supere a situação atual. “O que importa é o Estado funcionar no combate àquilo que possa ser um mal à saúde”, destacou.
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