Politica

Após imbróglio com Mandetta, Bolsonaro falta a eventos e evita imprensa

O sumiço foi justificado pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República por 'ajustes de compromissos na agenda'

Correio Braziliense
postado em 07/04/2020 20:20
O sumiço foi justificado pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República por 'ajustes de compromissos na agenda'Após imbróglio com o ministro da Saúde, Henrique Mandetta, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) passou esta terça-feira (07) evitando a imprensa e ainda faltou a dois eventos pré-confirmados em sua agenda oficial. O sumiço foi justificado pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República por "ajustes de compromissos na agenda".

Um dos compromissos que Bolsonaro faltou ontem foi o lançamento do projeto Arrecadação Solidária, que visa arrecadar doações para organizações sem fins lucrativos. Antes, ele já havia faltado à coletiva que detalhou informações sobre o pagamento do auxílio emergencial de R$ 600 a R$ 1.200 a trabalhadores informais e pessoas de baixas rendas atingidos pela crise causada pelo coronavírus.

A primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e o general Braga Netto conduziram a apresentação do Arrecadação Solitária. No seu discurso, Michelle disse que “estamos vivendo momento difícil em nosso país”. “Compreendo o receio e apreensão a respeito do nosso futuro. Queremos proteger nossos entes queridos e queremos impedir que o vírus faça vítimas em nossas famílias. Saibam que entendo, respeito e compartilho de sua angústia. Hoje quero falar de união e solidariedade. Diante dessa pandemia, precisamos mais do que nunca de voluntários. Vamos unir a nação em prol dos mais frágeis e vulneráveis. Nossa missão é acolher, ajudar e demonstrar nossa solidariedade, não só durante a crise, mas também fora dela”, disse.

A primeira-dama ainda agradeceu a uma série de profissionais e a instituições pelos gestos de solidariedade em meio à crise da Covid-19. “Gostaria de agradecer carinhosamente cada um dos trabalhadores de serviços essenciais, especialmente na área de saúde que vem trabalhando incansavelmente pelo bem estar de todos durante essa crise. Às entidade religiosas, que têm papel fundamental. Aos nossos artistas que se mobilizaram nas redes sociais. Às pessoas de bem que doaram seu tempo e ofereceram uma palavra de fé e esperança para a nação. Gostaria de parabenizar o trabalho das ONGs que estão entregando doações a quem precisa e agradecer a todos os ministérios e servidores que tem desenvolvido ações concretas”, concluiu.

Nesta manhã, na saída do Palácio da Alvorada, após o imbróglio com o ministro Mandetta, o presidente Jair Bolsonaro evitou falar sobre a reabertura de comércios.  Um apoiador o questionou sobre a possibilidade de assinar um decreto que está ‘em cima da mesa’ liberando o funcionamento do comércio. "Você sabe o que está acontecendo na política brasileira? Você sabe o que representa uma resposta para você aqui agora", indicou. Bolsonaro ainda ouviu apelos da claque que pedia para que Mandetta fosse demitido. "Mandetta não merece sua confiança, presidente", disse um apoiador. Bolsonaro não conversou com a imprensa e após entrar no carro, os apoiadores entoaram gritos de "Fora Mandetta".

No entanto, Bolsonaro se manifestou por meio das redes sociais em três publicações para defender novamente o uso da hidroxicloroquina. Também atacou o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. Na publicação, Bolsonaro respondeu às críticas que o petista realizou ontem (6) após o chefe do Executivo ameaçar demitir o ministro da Saúde, Henrique Mandetta.

Haddad escreveu no Twitter que “nunca tinha visto um presidente se colocar em uma situação tão humilhante”. Bolsonaro respondeu hoje postando a foto do ex-presidente Lula, de quando ele foi escoltado por policiais federais para o velório de seu neto, vítima de meningite meningocócica.

Após a postagem de Bolsonaro, Haddad rebateu: "Bolsonaro, sua resposta tem o seu tamanho. Você é minúsculo, como todos haverão de constatar. Seu ministro da Justiça até tentou, mas o cidadão parisiense da foto, doutor honoris causa por dezenas de universidades, jamais se dobrou, mesmo diante da injustiça. Você é só vergonha".

À tarde, como único compromisso oficial que constou na agenda, o chefe do Executivo se reuniu com o ministro da Casa Civil, Braga Netto. 

Saiba Mais

Bolsonaro também prestou sua solidariedade ao primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, que está internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para o tratamento contra a covid-19. Pelo Twitter, o presidente brasileiro desejou ao britânico uma breve recuperação e desejou força à família do premiê e ao povo do Reino Unido.

Ao final da noite, Bolsonaro saiu do Palácio do Planalto e seguiu para um jantar. Segundo a assessoria, esta agenda é ‘pessoal’.

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