Correio Braziliense
postado em 08/04/2020 18:04
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) realizará na noite desta quarta-feira (8), às 20h30, o quinto pronunciamento em rede nacional em meio à crise do pandemia de coronavírus. Segundo interlocutores palacianos, por volta das 16h30 o presidente começou a gravar o discurso. Em entrevista ao Datena, no final da tarde, Bolsonaro afirmou que no discurso ‘levará tranquilidade’ e falará sobre ‘empregos’. Ele também deverá continuar com o tom ameno como o já adotado na última gravação do dia 31, além de voltar a falar do uso da hidroxicloroquina e de ações realizadas pelo governo no combate ao Covid-19.
Segundo Bolsonaro, a mensagem gravada é curta, com a duração de quatro minutos. “É uma mensagem curta, objetiva, levando tranquilidade, falando sobre o Dr. Kalil que assumiu que usou, depois de contaminado, a hidroxicloroquina e algumas ações do governo no dia de hoje. É basicamente isso. Porque em rede a gente atinge o Brasil todo e aproveitando a possibilidade [de falar sobre] a eficácia deste medicamento que há mais de 50 anos é usado no Brasil”, apontou Bolsonaro.
Bolsonaro usou a cadeia nacional de rádio e televisão outras quatro vezes, todas em março.
Veja trechos dos discursos anteriores:
No dia 6 de março, Bolsonaro disse que mesmo que o número de doentes pelo coronavírus possa se agravar, “não há motivo para pânico”. O chefe do Executivo ressaltou também que o governo tem repassado com transparência o número de infectados e vem tomando medidas de profilaxia. Bolsonaro defendeu ainda que ‘o momento é de união’ e a melhor medida de prevenção é ‘seguir rigorosamente as recomendações dos especialistas’.
“Convoco a população brasileira, em especial os profissionais de saúde, para que trabalhemos unidos e superemos juntos essa situação.O momento é de união. Ainda que o problema possa se agravar, não há motivo para pânico. Seguir rigorosamente as recomendações dos especialistas é a melhor medida de prevenção. Que Deus nos proteja e abençoe o nosso Brasil”, concluiu o presidente.
No dia 12, Bolsonaro pediu à população que adiasse as manifestações do dia 15 do mesmo mês por conta do coronavírus. “Os movimentos espontâneos e legítimos marcados para o dia 15 de março atendem aos interesses da nação. Balizados pela lei e pela ordem, demonstram o amadurecimento da nossa democracia presidencialista e são expressões evidentes de nossa liberdade. Precisam, no entanto, diante dos fatos recentes, ser repensados. Nossa saúde e de nossos familiares devem ser preservadas. O momento é de união, serenidade e bom senso”, apontou.
Já no dia 24, o presidente criticou as medidas restritivas adotadas pelos governadores, defendeu a reabertura de escolas, o fim do confinamento e ainda culpou a mídia por ‘histeria’.
“O vírus chegou. Está sendo enfrentado por nós e brevemente passará. Nossa vida tem que continuar. empregos devem ser mantidos, o sustento da família deve ser preservado. Devemos sim voltar à normalidade. Algumas poucas autoridades estaduais e municipais devem abandonar o conceito de terra arrasada, a proibição de transportes, o fechamento de comércio e o confinamento em massa. O que se passa no mundo têm mostrado que um grupo de risco é o das pessoas acima dos 60 anos. Então, por que fechar escolas?”, questionou.
Saiba Mais
Mesmo em uma guerra aberta com governadores e prefeitos, principalmente pelo impasse quanto ao alcance das medidas de confinamento, ele fez um pedido para que haja “união” entre os governantes, e incluiu nessa missão os Poderes Legislativo e Judiciário. “Agradeço e reafirmo a importância da colaboração e a necessária união de todos num grande pacto pela preservação da vida e dos empregos: parlamento, Judiciário, governadores, prefeitos e sociedade.”
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