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Bolsonaro nega rusgas com Mandetta: 'Tudo acertado'

Em constantes atritos com o ministro da Saúde desde a chegada do novo coronavírus ao Brasil, presidente diz que problemas com Mandetta foram sanados. No entanto, ele alertou que os chefes não podem se submeter aos empregados. "Não pode ter um subordinado pra cima de você"

Após quase demitir o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, no início desta semana, o presidente Jair Bolsonaro comentou que já não existem mais problemas entre ele e o médico. Em entrevista na tarde desta quarta-feira (8/3), ao programa Brasil Urgente, do apresentador José Luiz Datena, ele disse que “foi tudo acertado”

“Foi acertado. É comum, Datena, alguma coisa… Até em casa, a gente tem problema muitas vezes com a esposa, com o esposo, né? É comum acontecer no momento em que todo mundo está estressado de tanto trabalho, eu estou, ele está. Mas foi tudo acertado, sem problema nenhum, segue a vida”, garantiu Bolsonaro. “acima de nós dois estão os interesses do Brasil”, acrescentou.

Nesta manhã, ele e o ministro conversaram a sós no Palácio do Planalto pela primeira vez desde a reunião que selou a permanência de Mandetta à frente do Ministério da Saúde, na segunda-feira (6/4). Questionado por Datena se cogitou, de fato, demitir o médico, Bolsonaro ironizou. “Um beijo para você, Datena. Um abraço hétero para você, Datena”, disse.

Na sequência, fez um desabafo, sem citar Mandetta, sobre os subordinados que tentam se sobrepor à figura do chefe. “O que não pode acontecer é você ter um subordinado aí na televisão pra cima de você e tu não pode viver sob tensão com essa preocupação, tá certo? É péssimo trabalhar num ambiente onde o superior queira botar toda a sua vontade 100%”, ponderou Bolsonaro.

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Datena, então, disse que os comentários do presidente davam a entender que Mandetta seria demitido. Contudo, Bolsonaro cortou o apresentador. “Então você vai falar "pensou". Pô, Datena, eu penso cada coisa, é bom você não perguntar o que eu penso de você, não, Datena”, comentou, aos risos.

Em um último comentário sobre Mandetta, o presidente destacou que o ministro "se convenceu" a mudar o pensamento a respeito da hidroxicloroquina, medicamento em fase de testes com pacientes infectados pelo novo coronavírus e que Bolsonaro tem como um componente bastante eficaz para reverter quadros mais graves, apesar de ainda não haver nenhuma comprovação científica que ateste isso.

“Ele, inclusive, a questão da hidroxicloroquina de ontem (terça-feira, 7/4) para hoje ele decidiu aí também fazer com que as pessoas, no início da manifestação possam ser atendidas, foi muito bem-vindo da parte dele. Então eu o parabenizo no tocante a isso. Isso tinha um ponto de atrito entre nós. E ele, como médico, entendeu perfeitamente e se convenceu disso”, afirmou Bolsonaro.