Politica

Mandetta: Bolsonaro é o comandante

Correio Braziliense
postado em 09/04/2020 04:02
Mandetta: %u201CA todos que estão com os ânimos exaltados, aqui está tudo bem%u201D


Após se reunir com o presidente Jair Bolsonaro, ontem, no Palácio do Planalto, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que está sob ordens do presidente. “Podemos errar e acertar juntos, com ciência, foco e disciplina. A todos aqueles que estão com os ânimos mais exaltados, vou deixar claro, aqui está tudo bem”, ressaltou. “Estamos olhando pelo para-brisa e, nesta estrada, a gente vê que vai ter dias muito duros, muito difíceis, e quem comanda este time aqui é o presidente Jair Messias Bolsonaro.”

Bolsonaro tem hostilizado Mandetta por orientar a população a ficar em isolamento e por pregar cautela ao uso da hidroxicloroquina, defendido pelo presidente mesmo sem conclusão de estudos sobre sua eficácia contra o coronavírus. Os embates entre os dois quase resultaram na demissão do ministro nesta semana. Na entrevista coletiva de ontem, o titular da Saúde usou palavras bem mais moderadas do que no dia anterior, quando jogou indiretas ao Planalto, afirmando que as pessoas devem se basear na orientação dos governadores e que todas as decisões serão científicas, sem interferências.

Também ontem, no programa Brasil Urgente, da Band, Bolsonaro foi questionado se pretendia demitir Mandetta. Ele se esquivou da pergunta, mas disse que está tudo bem entre ele e o titular da pasta da Saúde. “Foi acertado. É comum, até em casa, acontecer problema com a esposa, com o esposo, né? É comum acontecer quando está todo mundo estressado. Mas foi tudo acertado aqui, sem problema nenhum”, assegurou. “Ele, inclusive, a questão de hidroxicloroquina, conseguiu fazer com que as pessoas, mesmo no início dos sintomas, sejam atendidas.”

Ele citou a conversa que teve com o deputado federal Osmar Terra, cotado para assumir o lugar de Mandetta. “Tenho falado com o Osmar Terra, que entende muito de H1N1, e ele diz que com ou sem isolamento o número de óbitos será grande. Com relação aos mais velhos, que cada família cuide dos seus idosos, não pode transferir isso para o Estado”, emendou.


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