Politica

Presidente da Câmara chama ministro da Economia de ''vendedor de redes''

O motivo foi a divulgação dos cálculos da equipe econômica a respeito da ajuda aos estados, que a pasta estimou em R$ 180 bilhões

Correio Braziliense
postado em 09/04/2020 20:09
O motivo foi a divulgação dos cálculos da equipe econômica a respeito da ajuda aos estados, que a pasta estimou em R$ 180 bilhõesO presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) chamou o ministro da Economia, Paulo Guedes, de “vendedor de redes”, em coletiva de imprensa na tarde desta quinta-feira (9/4). O motivo foi a divulgação dos cálculos da equipe econômica a respeito da ajuda aos estados, que a pasta estimou em R$ 180 bilhões. Maia disse que não trabalha e não debate com informações falsas, que Guedes tenta pressionar o parlamento a aprovar o Plano Mansueto durante a crise, o que trará um impacto financeiro ainda maior aos cofres públicos, e que o governo se nega a debater a ajuda por não querer dar auxílio a estados do Sul e Sudeste, principalmente. 

“O debate não é esse. Não são R$ 180 bilhões. Incluíram até a previsão de arrecadação de recurso liberado para empregos e renda mínima. Então todo programa do governo vai gerar arrecadação e ele vai incluir isso no atendimento aos governadores? Não faz sentido. Um deputado me disse que o ministro da economia é um vendedor de redes. Ele vende da forma que quer e a imprensa recebe a informação do Ministério da Economia e tem que acreditar. Nossa proposta é objetiva”, defendeu Maia.

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Para Maia, o governo decidiu recompor os fundos de participação dos Estados (FPE), e dos dos Municípios (FPM), que são importante para os estados das regiões Norte e Nordeste, para alimentar a polarização com o PT, enquanto elimina adversários de centro-direita. “O pano de fundo é um debate que não queremos entrar. “O governo foi ágil em dar solução para Norte e Nordeste, que são oposição natural ao governo. Na política do contraponto, eles querem o PT vivo, mas querem matar o entorno, que é de centro-direita. Não querem resolver o ICMS porque isso resolve os problemas do Sudeste, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Centro Oeste”, afirmou.

“Há um enfrentamento sobre uma falsa disputa sobre um projeto que vai garantir recurso para governadores. São R$ 50 bilhões de orçamento,  R$ 35 bilhões para recompor o ICMS, R$ 9 bilhões das dívidas da Caixa Econômica e BNDES e mais R$ 5 bilhões para as cidades grandes, para o ISS, já que essas localidades concentram 70% das UTIs do Brasil, no mínimo. Fora isso, há previsão de um limite de empréstimos até R$ 50 bi. Não tratamos de R$ 100 bi. Se o valor (de empréstimo) de 8% da corrente líquida é alto, vamos reduzir. Agora, transformar o debate sério que fazemos, em debate de pauta bomba pois o governo não quer atender os estados do Centro Oeste, Sul e Sudeste, esse debate eu não vou entrar”, disse.

O presidente da Câmara disse que está disposto a debater a porcentagem do empréstimo, que é criticada por causar endividamento dos estados a longo prazo. A alternativa, para ele, seria aumentar a verba repassada para recompor o ICMS. “Se precisamos de uma alíquota menor, vinculado a segunda fase, em dois ou quatro meses, de retomada de obras para gerar investimento e retomar economia, podemos fazer. Não podemos fazer uma zona cinzenta em um debate que a Câmara não participa. O enfrentamento do presidente com governadores do Rio de Janeiro e São Paulo, que não é bom para ninguém”, criticou. 

“Paramos para mostrar que não são R$ 180 bi. Estamos abertos a uma proposta. O governo prefere reduzir ainda mais o espaço de endividamento? É uma alternativa. Reduzimos a alíquota de 8% para 4%. Mas não podemos criar uma zona cinzenta, onde vamos prejudicar a população de vários estados em que o FPE representa quase nada. Não podemos misturar temas e teses. temos que ter paciência com as redes sociais do governo. Temos que construir (propostas) ouvindo a todos, líderes, governo e prefeitos, para continuar trabalhando. Os governadores têm papel fundamental, como as grandes cidades, na criação de soluções de construção ou manutenção de materiais hospitalares, como as UTIs”, reforçou.

Maia pretende apresentar o projeto no plenário na segunda-feira (13). “Queremos que todos os governos tenham condição de enfrentar essa pandemia na área da Saúde, social e econômica”, completou. 

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