Politica

Número 2 da Saúde ignora aglomerações de Bolsonaro e ironiza repórter

Presidente tem contrariado recomendações do próprio Ministério da Saúde em meio à pandemia e voltou às ruas neste sábado

Correio Braziliense
postado em 11/04/2020 19:30
Presidente tem contrariado recomendações do próprio Ministério da Saúde em meio à pandemia e voltou às ruas neste sábadoNos últimos dias, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem ignorado recomendações do próprio Ministério da Saúde, ido às ruas de Brasília e Goiás e causado aglomerações em meio à pandemia do novo coronavírus. Questionado neste sábado (11) sobre o tema, o secretário-executivo da pasta, João Gabbardo dos Reis, recusou-se a responder e ironizou a repórter pela pergunta formulada.

A pergunta foi lida por um assessor do Ministério da Saúde. “Pelo segundo dia consecutivo, o presidente Jair Bolsonaro desrespeitou as recomendações do Ministério da Saúde, saiu às ruas e formou aglomerações de pessoas. Como garantir a continuidade do isolamento social, se o presidente da República não dá o exemplo?”, questionou a repórter Isadora Peron, do jornal Valor Econômico.

Gabbardo, então, não respondeu e ironizou ao dizer que a jornalista "perdeu a oportunidade de fazer uma pergunta": “Eu vou responder para a Isadora. Infelizmente, a Isadora perdeu a oportunidade de fazer uma pergunta, porque nós já combinamos isso, que nós não vamos responder sobre comportamento, posicionamento, opinião do presidente da República. Pode passar para a próxima (pergunta)”.

Neste sábado, João Gabbardo dos Reis, considerado o “número dois” do Ministério da Saúde”, foi o responsável por expor os dados nacionais do coronavírus no Brasil e, em seguida, responder a questionamentos de repórteres em entrevista coletiva. O ministro Luiz Henrique Mandetta, chefe da pasta, não estava presente, já que passou o dia em Goiás.
 
 

Aglomerações de Bolsonaro


Idas de Bolsonaro às ruas têm sido frequentes nos últimos dias. Nessa sexta-feira (10), o presidente deixou o Palácio da Alvorada e visitou o Hospital das Forças Armadas (HFA), uma farmácia e o apartamento onde mora o filho Renan, o mais novo. No caminho, causou aglomerações e dividiu as pessoas entre críticas e aplausos.

Em determinado momento, limpou o nariz com parte do braço e a mão, como mostram imagens da TV Globo (veja acima). Em seguida, sem fazer a higienização, apertou a mão de algumas pessoas, entre elas uma idosa que usava máscara como proteção à COVID-19. Na quinta-feira, o presidente esteve em uma padaria em Brasília e também causou aglomerações.

Saiba Mais

Neste sábado, em visita à cidade goiana de Águas Lindas, Bolsonaro novamente foi às ruas. Depois de visitar a obra de um hospital de campanha no município, o presidente se encontrou com apoiadores que o aguardavam na região externa do local. Aglomeradas, as pessoas tiraram fotos e tentaram se aproximar do presidente.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) e do próprio Ministério da Saúde do Brasil, o isolamento social é o método mais eficaz para evitar a propagação do novo coronavírus. Bolsonaro, entretanto, contraria as orientações e defende que as pessoas devem voltar à rotina de trabalho ou escola.

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