Politica

Pelo mundo, ministros sofrem pressão

Correio Braziliense
postado em 14/04/2020 04:03
Enquanto o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, equilibra-se na corda bamba, autoridades que ocupam o mesmo cargo em outros países também enfrentam pressão nesta pandemia, mas por outros motivos. Mandetta trava uma queda de braço com o presidente Jair Bolsonaro ao defender o isolamento social para conter o avanço do coronavírus. Em outras nações, responsáveis pela área da Saúde deixaram o cargo ou foram criticados justamente por descumprir medidas de distanciamento ou por não reagirem à altura da crise.

Na Escócia, por exemplo, a diretora médica do país, Catherine Calderwood, renunciou após ser flagrada viajando durante o período de isolamento social no Reino Unido, que impede esse tipo de deslocamento. O número de mortes na Grã-Bretanha passou de 11 mil. O primeiro-ministro Boris Johnson recebeu alta após contrair a doença e ficar internado em Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Em situação semelhante, o ministro da Saúde da Nova Zelândia, David Clark, deixou o cargo à disposição por ter quebrado as medidas de isolamento e levado a família à praia durante a pandemia. A primeira-ministra, Jacinda Ardern, entretanto, rejeitou o pedido de demissão por considerar que o momento é atípico. Em nota, a premiê reforçou que o que ele fez foi errado e que a Nova Zelândia espera e merece mais de Clark. Com as medidas restritivas, o país tem conseguido controlar a propagação, com pouco mais de mil casos confirmados e apenas uma morte.

Na Romênia, o ministro da Saúde, Victor Costache, renunciou em 26 de março, em meio a críticas por falta de equipamentos em hospitais. Ele pediu demissão 10 dias após o país decretar estado de emergência. A nação registrou mais de quatro mil casos e cerca de 200 mortes decorrentes da doença.

Alguns dias antes, o ministro da Saúde holandês, Bruno Bruins, pediu demissão após desmaiar durante uma discussão sobre a Covid-19 com parlamentares. Ele disse que o mal-estar ocorreu por trabalho intenso, nas últimas semanas, e que não sabia quanto tempo levaria para se recuperar. A estratégia holandesa é de isolamento seletivo, com foco em pessoas que fazem parte do grupo de risco. O país registra mais de 26 mil casos e quase três mil mortes.

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