Politica

Brasília-DF

Correio Braziliense
postado em 16/04/2020 04:13
 
Bolsonaro quer trocar DEM por MDB
O afastamento do grupo do DEM que, em 2019, defendia um alinhamento automático com o governo Bolsonaro, gerou um movimento de busca a novos amigos por parte do presidente da República. Ele já se reuniu com representantes do MDB, do PP, do PR e, ontem, foi a vez do PSD, de Gilberto Kassab. Esses partidos têm algo em comum: todos ofereceram seus serviços a Lula, em 2005, quando o ex-presidente se viu às voltas com o escândalo do mensalão. Deu no que deu.
A separação entre o DEM e Bolsonaro virá acompanhada de um pedido para que aqueles leais ao governo sigam para o Aliança pelo Brasil, num futuro próximo. Dos três que estão hoje na Esplanada, as apostas indicam que o único a trocar de legenda em prol do presidente será o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni. A da Agricultura, Tereza Cristina, dizem os palacianos, deve optar continuar na legenda atual. Luiz Henrique Mandetta está de saída é do governo.

O alvo de Bolsonaro
O presidente quer um novo ministro da Saúde que seja médico, cristão e de São Paulo. O perfil “de São Paulo” tem um objetivo muito claro: fazer um contraponto ao governador João Dória com a defesa do fim do isolamento social pregado no estado que é visto como a locomotiva do Brasil.

O alvo de Bolsonaro II
Alguns dos médicos contactados já perceberam essa armadilha e recusaram o convite do presidente. Preferem ficar na frente de batalha, ou seja, nas trincheiras hospitalares.

Por falar em hospitais...
A situação do Hospital da Lagoa, no Rio de Janeiro, está insustentável. Estudantes de medicina residentes estão atendendo na área de clínica médica sem qualquer supervisão de um profissional contratado. Em alguns andares, os médicos simplesmente sumiram. E detalhe: os estudantes estão preocupados porque não sabem entubar um paciente, se necessário.

O xeque de Mandetta
No papel de namoradinho do Brasil, o ministro da Saúde diz que está com o SUS, a saúde e a ciência, e tem o compromisso de transparência de todos os números de casos. Sua fala, avaliam alguns, deixou o presidente com a missão de encontrar alguém que siga por esse mesmo caminho. Caso contrário, o novo ministro chegará sob o signo da desconfiança, o que seria o pior dos mundos.

Onde mora o perigo/ É grande a desconfiança de que Bolsonaro determinará a um novo ministro que não divulgue o número de mortos pela Covid-19, e sim pela comorbidade –– ou seja, cardiopatia grave e por aí vai. Seria a inversão dos fatores, algo que a atual equipe da Saúde não faz, porque, nesse caso, a inversão dos fatores altera o produto.

Só resta espernear/ Entre os bolsonaristas mais aguerridos, havia quem estivesse disposto a pedir a Bolsonaro que encontrasse um meio de recorrer à decisão do Supremo Tribunal Federal de não permitir que ele interfira no isolamento social determinado por governadores e prefeitos. Como foi por unanimidade, não há saída.
 
 
A política é local/ O Senado aprovou por 80 votos a favor e uma ausência o projeto do senador Fernando Collor (Pros-AL, foto), que facilita a doação e combate ao desperdício de alimentos. Apenas um senador não votou: Renan Calheiros (MDB), outro alagoano.

Enquanto isso, na Esplanada.../ Tem aumentado a reclamação de servidores públicos que se sentem pressionados a não fazer quarentena, mesmo quando não se trata de serviços essenciais. 


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