Politica

Fim de semana é marcado por carreatas e descumprimento do isolamento social

Manifestantes pró-Bolsonaro reivindicam reabertura do comércio e normalização das atividades econômicas

Correio Braziliense
postado em 19/04/2020 13:14
Carros em frente ao Teatro NacionalPelo segundo dia consecutivo, apoiadores de Jair Bolsonaro saíram às ruas, de carro, para pedir o fim das medidas de isolamento social adotadas no combate à Covid-19. Em Brasília, aproximadamente 100 veículos participaram de uma carreata, na manhã deste domingo (19/04), no Eixo Monumental, em direção à Praça dos Três Poderes. 

Guiados por um carro de som, os manifestantes bradavam gritos de protesto a favor da reabertura do comércio e normalização das atividades econômicas. Vestidos de verde e amarelo e erguendo a bandeira do Brasil, motoristas buzinaram durante o trajeto, pediram o impeachment do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e intervenção militar. 

O Supremo Tribunal Federal (STF) também foi alvo de ataques, com pedidos de fechamento. O protesto contra a Corte foi intensificado depois da decidirem sobre medidas de isolamento social. “O Supremo falou que eu não tenho autoridade para isso, mas, no que depender de mim, vamos começar a flexibilizar e mostrar que não é esse o caminho”, disse, o presidente da República, no sábado (18/4), aos apoiadores que se aglomeraram em frente ao Palácio do Planalto e receberam os cumprimentos do chefe de Estado. 

O grupo aproveitou para passar em frente à sede da Rede Globo, na Asa Norte, que foi protegida por policiais militares. A emissora foi chamada de “assassina” e “genocida”. Nos últimos dias, profissionais da empresa têm sido alvo de ataques durante as coberturas jornalísticas, sofrendo ataques de apoiadores de Bolsonaro, que invadem a transmissão e praticam ofensas explícitas a repórteres e cinegrafistas. 

Mais carreatas

Em Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo também houve registros de carreatas pró-Bolsonaro neste fim de semana. No sábado (18/04), o governador de São Paulo foi criticado pelos manifestantes, que carregavam faixas dizendo “Fora, Doria”. 

No Twitter, João Doria (PSDB) criticou a ação do grupo, ressaltando que 225 cidades do estado são afetadas pelo Covid-19 e que o vírus já matou 991 pessoas em SP. “No mesmo dia, algumas manifestações a favor do coronavírus sugiram como ato de sabotar o trabalho de profissionais de saúde, que continuam lutando para salvar vidas”, escreveu. 


 

No mesmo dia, Bolsonaro criticou a atitude de alguns governantes que prorrogaram o período de quarentena, mas não citou nomes. “A voracidade de alguns políticos, fechando tudo por aí, alguns até prendendo, completamente abominável, levando pânico e terror”. Na ocasião, o presidente também elogiou a atitude dos apoiadores, afirmando que “não tem que se acovardar”“70% vai ser contaminado. Se não for hoje, vai ser semana que vem, mês que vem, é uma realidade”, disse, sem apresentar embasamento para a afirmação. 

Neste domingo (19/4), o chefe do Executivo deixou o Palácio da Alvorada e seguiu, de carro, em direção à 302 Norte. Na quadra moram um de seus filhos, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), e o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni (DEM). 

Recife

Com bandeiras do Brasil, um grupo pede intervenção militar em frente ao Comando Militar do Nordeste - Exército Brasileiro, localizado na BR-232, no bairro do Curado, na Zona Oeste do Recife. Em comunicado divulgado pelas redes sociais, a mobilização pede para que os manifestantes se dirijam aos quarteis. A data de hoje é simbólica porque neste domingo  é comemorado o dia do Exército. 

Em vídeos que viralizaram nas redes sociais é possível ver o aglomerado reunido em frente ao CNME entoando palavras de ordem e pedindo "Exército na rua". Outro manifestante segura um cartaz com os dizeres "nós queremos as forças armadas já!".
 


*Com informações do Diário de Pernambuco 

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