Correio Braziliense
postado em 22/04/2020 18:13
No mesmo dia em que o presidente Jair Bolsonaro voltou a reclamar dos jornais brasileiros e chamou a imprensa de “canalha”, o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, também criticou a mídia nacional pela cobertura da pandemia do novo coronavírus. Segundo ele, os veículos de comunicação estão levando pânico à população por divulgar apenas fatos ruins relacionados à crise sanitária e deixar de noticiar acontecimentos positivos.
Apesar de dizer que o governo Bolsonaro “respeita muito” a liberdade de imprensa e entenda que ela é “fundamental num processo democrático de qualquer país”, Ramos reclamou que desde o início da pandemia “há uma cobertura maciça dos fatos negativos”. “Todos sabem que os noticiários entram nos lares brasileiros todos os dias, e os senhores hão de convir que nós temos pessoas que são muito suscetíveis a essas notícias. Com todo o respeito, no jornal da manhã, é caixão e corpo. Na hora do almoço, é caixão, novamente, e corpo. No jornal da noite, é caixão, e é corpo e o número de mortes”, ponderou.
Ramos ainda questionou: “como é que os senhores acham que uma senhora de idade, uma pessoa humilde ou uma pessoa que sofre de alguma outra enfermidade se sente com essa maciça divulgação desses fatos negativos? Não está ajudando. Ninguém aqui está dizendo que tem que esconder. Mas eu conclamo, peço encarecidamente, tem tanta coisa positiva acontecendo. Vamos começar a divulgar o número de curados. 50%, 56% foi curado”, declarou o ministro.
Apesar da fala de Ramos, apenas na semana passada, em 14 de abril, o Ministério da Saúde começou a informar a quantidade de pessoas no país que já se curaram da Covid-19. Portanto, com 48 dias de atraso desde o primeiro registro da doença no Brasil, em 26 de fevereiro. De todo modo, muitos veículos de comunicação se basearam nas informações das Secretarias Estaduais de Saúde durante esse intervalo para noticiar o número de curados do novo coronavírus.
Saiba Mais
Segundo Ramos, a mídia “tem um papel fundamental no íntimo, na percepção do povo, no seu moral, das pessoas se sentirem melhor”. “A doença também tem a parte psíquica, a parte emotiva. Isso está dificultando as pessoas que estão assistindo. É muita notícia ruim. Eu sei que está acontecendo, mas vamos também divulgar notícias boas. Com isso, vamos ter o povo um pouco mais sereno para melhorar o moral da população e a sua parte emotiva”, analisou.
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