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Bolsonaro pede apoio do MDB para agenda pós-pandemia, diz Baleia Rossi

O parlamentar prestou a informação à imprensa no Palácio do Planalto, minutos depois de ter se reunido com Bolsonaro e o líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM).

Correio Braziliense
postado em 22/04/2020 20:43
O parlamentar prestou a informação à imprensa no Palácio do Planalto, minutos depois de ter se reunido com Bolsonaro e o líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM).O presidente do MDB, deputado Baleia Rossi (SP), afirmou, nesta quarta-feira (22/04), que o presidente Jair Bolsonaro pediu o apoio do partido para a implementação de uma "agenda pós-pandemia" do novo coronavírus. O parlamentar prestou a informação à imprensa no Palácio do Planalto, minutos depois de ter se reunido com Bolsonaro e o líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM). 

Segundo Rossi, Bolsonaro disse que gostaria de "contar com o apoio do MDB nessas questões que são importantes para o enfrentamento da pandemia e, depois, para uma agenda pós-pandemia de recuperação da economia. Está todo mundo preocupado".

Ao menos oficialmente, os parlamentares negaram qualquer tipo de oferecimento de cargos no governo federal ao MDB.  "O MDB não tem nenhuma intenção de indicar qualquer cargo no governo. Esse tema não deve nem circular neste momento, porque estamos no meio de uma pandemia", afirmou Baleia.

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Já Eduardo Braga disse que a reunião, solicitada pelo presidente da República, foi uma tentativa de “pacificação para enfrentar o coronavírus”, em meio a uma profunda crise entre o Executivo e o Congresso Nacional. “Nós estamos tentando fazer um esforço de união para que a gente possa enfrentar esse coronavírus. Seja os efeitos dele na economia ou na área social. Queremos fazer com que o país possa se reestruturar para vencer esse desafio”, declarou o parlamentar.

Em meio ao avanço do novo coronavirus, o presidente da República tem tido uma especial preocupação com os prejuízos  à economia, não dedicando a mesma atenção aos riscos à vida e à saúde da população. Criticado mundialmente por defender a reabertura do comércio e o fim do isolamento social, na contramão das recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), Bolsonaro tem reafirmado que não quer "vencer a pandemia" e, depois, ter que chamar o ministro da Economia, Paulo Guedes, para "solucionar as consequências de um povo sem salário".

Colapso no Amazonas


O senador Eduardo Braga, durante a entrevista no Palácio do Planalto, disse que entregou ao presidente um requerimento, aprovado pela Assembleia Legislativa do Amazonas, que pede uma intervenção federal no sistema de saúde do estado.

O Amazonas se aproxima de colapso na saúde. Os leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para pacientes com o novo coronavírus já chegaram a 91% de ocupação, segundo a secretaria estadual de Saúde.

"O presidente ficou de orientar seus ministros para conversar com o governo do Amazonas para que nós possamos ter medidas efetivas e emergenciais, mais concretas no estado. Obviamente, dependerá da vontade do governador e do governo do estado do amazonas", disse o líder do MDB no Senado.

Substituição


O afastamento do grupo do DEM que, em 2019, defendia um alinhamento automático com o governo Bolsonaro, gerou um movimento de busca a novos aliados por parte do presidente da República. Nos últimos dias, ele se reuniu com representantes do MDB, do PP, do PR e do PSD e, agora, do MDB. Esses partidos têm algo em comum: todos ofereceram seus serviços a Lula, em 2005, quando o ex-presidente enfrentou as denúncias do mensalão. 

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O distanciamento do DEM virá acompanhado de um pedido para que, num futuro próximo, aqueles leais ao governo sigam para o Aliança pelo Brasil,  partido que Bolsonaro pretende criar.

Dos dois ministros do DEM que ainda estão na Esplanada, as apostas indicam que o único a trocar de legenda em prol do presidente será o da Cidadania, Onyx Lorenzoni. A da Agricultura, Tereza Cristina, dizem os palacianos, deve optar continuar na legenda atual. Luiz Henrique Mandetta, que incomodava Bolsonaro por adotar posições técnicas para enfrentar o novo coronavírus, foi demitido.

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