Politica

''A PF está desprotegida'', diz presidente da associação dos delegados

Para Edvandir Paiva, ausência de independência da corporação em relação ao governo cria situação de instabilidade

Correio Braziliense
postado em 24/04/2020 10:37

Edvandir PaivaA exoneração do diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, caiu como uma bomba dentro da corporação, principalmente em razão das incertezas sobre as verdadeiras intensões do presidente Jair Bolsonaro. Valeixo é próximo ao ministro da Justiça, Sérgio Moro, que ficou bastante contrariado com a demissão.

 

O presidente da Associação dos Delegados da Polícia Federal (ADPF), Edvandir Paiva, afirma que essa situação mostra que a corporação está desprotegida contra decisões política. Ele defende que seja aprovado no Congresso uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que concede independência funcional para a Polícia Federal. "O que nós sentimos muito é que a polícia está desprotegida. Ela não tem um mandado para diretor-geral. E por conta dessa desproteção, toda vez que houver mudança, e essa já é a quarta, vai ocorrer todo tipo de especulação", disse.

 

Fontes ouvidas pela reportagem, que integram a cúpula da PF, afirmam que apesar do Diário Oficial informar que a exoneração de Valeixo ocorreu à pedido, o então chefe da PF não fez a solicitação. Para Paiva, a situação forçou uma saída do cargo. "Ele pode ter pedido ontem para sair, por que as circunstâncias o forçam a fazer isso. O diretor-geral da polícia não pode ficar na polícia se o presidente não quer. É uma situação extremamente desconfortável", completou o delegado.   

 

Por diversas vezes, em encontro com agentes e delegados, Moro afirmou que iria garantir a autonomia das investigações e do trabalho policial. O ministro afirmou que não abriria mão deste objetivo mesmo que tivesse que contrariar o presidente Jair Bolsonaro.

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