Correio Braziliense
postado em 24/04/2020 13:38
A Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) divulgou uma nota lamentando profundamente o pedido de demissão do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e também a exoneração do diretor-geral da PolÃcia Federal, MaurÃcio Valeixo. A entidade afirma que Moro cumpriu seu papel, garantindo a independência da PolÃcia Federal durante todo o perÃodo que ocupou o cargo.
Para a diretoria da entidade, independentemente de quem ocupe a pasta e o comando da PF, a instituição precisa manter sua linha de autonomia e independência nos trabalhos e investigação.
"A Fenapef sempre defendeu que a PolÃcia Federal é uma polÃcia de Estado e não de governo e, por isso, acredita e defende que jamais a instituição deve ser atingida por interferências polÃticas", destaca o comunicado.
Para o presidente da Fenapef, LuÃs Antônio Boudens, o presidente da República tem o direito de fazer alterações em sua equipe, mas isso não significa qualquer tipo de interferência nas investigações criminais da PolÃcia Federal. "E garantimos que não irá ocorrer", diz.
Com relação a MaurÃcio Valeixo, a Fenapef diz que havia uma situação de tensão que se arrastava desde 2019, com o anúncio de sua possÃvel saÃda. A entidade diz que "ainda assim, Valeixo, um profissional sério e dedicado à PolÃcia Federal, manteve seu compromisso com os policiais federais até sua exoneração".
A nota afirma que os quase 15 mil policiais federais, assim como toda a sociedade, esperam que as mudanças realizadas nesta sexta-feira, 24, não alterem os valores e a missão da PolÃcia Federal, que é "exercer as atribuições de polÃcia judiciária e administrativa da União, a fim de contribuir na manutenção da lei e da ordem, preservando o estado democrático de direito".
Pressão
Em pronunciamento hoje, o agora ex-ministro da Justiça relatou que sofre pressão desde o ano passado pela substituição de Valeixo, exonerado nesta manhã. Para Moro, Bolsonaro não apresentou justificativas apropriadas para a mudança na PF e deixou claro que faria uma escolha polÃtica ao escolher o substituto, o que comprometeria o trabalho da instituição e a credibilidade do governo.
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