Politica

Empresários apoiadores de Bolsonaro lamentam saída de Moro do governo

Moro deixou o cargo de ministro da Justiça nesta sexta-feira (24/4) e acusou o presidente de tentar interferir na Polícia Federal

Correio Braziliense
postado em 24/04/2020 18:49
Sergio MoroA  do cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública, nesta sexta-feira (24/4), dividiu os apoiadores do governo federal. Em seu discurso de despedida, Moro acusou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de tentar interferir na Polícia Federal. Após a saída do ministro, empresários que apoiam Bolsonaro e sua gestão se manifestaram sobre o assunto e demonstram lealdade a Moro. 

Luciano Hang, dono das lojas Havan, classificou a saída como uma grande perda. "Esse não era o momento de perder ninguém. Eu não faria isso", disse, à Agência Estado, o empresário que, no entanto, não quis comentar se o governo perderia força sem o ministro. "Temos de ver agora os próximos passos".
 
Hang também utilizou as redes sociais para manifestar apoio a Sergio Moro. “Obrigado por tudo que você fez pelo nosso país. Gerações e gerações lembrarão do seu legado. O povo brasileiro estará sempre ao seu lado. Estamos juntos”, publicou.

Gabriel Kanner, presidente do Grupo Brasil 200, afirmou se sentir traído e que a confiança e apoio ao governo acabou: “Bolsonaro é um traidor da pátria”. “As acusações feitas são graves e mostram outra faceta do presidente”, pontuou. 

Agora, o empresário teme pelo Ministério da Economia, liderado por paulo Guedes. Ele disse que seus colegas estão “desolados” com a possibilidade: “Eu acho que é questão de tempo até o Paulo Guedes sair também”. “É impressionante a falta de compromisso do Bolsonaro com seus eleitores e com a sua base de apoio”, informou ao portal O Globo. “É o começo do fim do Bolsonaro”, acrescentou.

Luciano Huck, sócio de Junior Durski, das redes de restaurantes Madero e Jerônimo Burguer usou as redes sociais para solidarizar com o agora ex-ministro da Justiça. “A saída de Moro gera uma enorme frustração. Tudo indica que as mudanças tão defendidas pela população ficam adiadas. Em especial a agenda anticorrupção e o combate firme ao crime organizado e às milícias”, publicou. 

Pouco tempo depois, ele também postou no Twitter: “Infelizmente desponta uma crise política, institucional e jurídica em meio a uma pandemia. E com o enorme desafio de encaramos o uma possível depressão econômica pela frente. O momento é grave e exige patriotismo, acima de qualquer divergência”. 

Saiba Mais

Flávio Rocha, presidente da Riachuelo, diz que o país perdeu com a saída de Moro. “Moro é um patrimônio nacional, a principal bandeira do governo, da primeira bandeira, que é o combate à corrupção”, declarou. Porém, o empresário não vê o acontecimento como um risco do aumento da corrupção no país. “É uma perda, mas não acho que represente uma interrupção”, disse ao jornal O Estado de S. Paulo

Claudio Lottenberg, presidente do conselho do hospital Albert Einstein e da UnitedHealth Group, também ao Globo, disse que esse é um péssimo momento para a saída de Sergio Moro devido à instabilidade já causada pela pandemia de Covid-19. “Pessoas estão morrendo”, enfatizou. Ainda disse, “o ministro Moro tem uma credibilidade maior que a do presidente”.
 
*Estagiária sob supervisão de Fernando Jordão 

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