Politica

Pesquisa mostra que 65% acreditam na acusação de Moro

65% dos entrevistados acredita nas acusações de Moro de que o presidente tentou interferir politicamente na PF

Correio Braziliense
postado em 26/04/2020 16:44
65% dos entrevistados acredita nas acusações de Moro de que o presidente tentou interferir politicamente na PF Uma pesquisa instantânea feita pelo instituto Ideia Big Data para o site BR Político depois do pedido de demissão de Sérgio Moro do Ministério da Justiça e da Segurança Pública mostra que 65% dos entrevistados acreditam na acusação feita pelo ex-juiz da Lava Jato de que houve interferência política do presidente Jair Bolsonaro no Ministério da Justiça, destaca o jornal O Estado de S. Paulo.

A pesquisa foi realizada por telefone na sexta-feira, 24, - dia do anúncio da demissão -, com 1.615 respostas. A margem de erro do levantamento é de 2,5 pontos para mais ou para menos.

A primeira pergunta diz respeito à saída de Moro do governo e suas acusações de interferência política de Bolsonaro na Polícia Federal. Sobre isso, 65% disseram acreditar nas acusações de Moro de que o presidente tentou interferir politicamente na PF. Em contrapartida, 35% afirmaram não acreditar nas declarações do ex-ministro.

A segunda questão feita pelo instituto a pedido do BRP era se os entrevistados acreditavam que as acusações de Moro poderiam ser o estopim para um pedido de impeachment de Bolsonaro. Para 61% dos ouvidos, Moro pode ser pivô de um processo de impedimento do presidente. Outros 39% discordaram dessa possibilidade.

A terceira pergunta apresentada foi sobre o futuro do ex-titular da Justiça. Diante do questionamento de que a saída de Moro o torna um candidato importante para a eleição presidencial de 2022, 66% responderam que sim, ante 34% que disseram que não. Bolsonaro já disse publicamente que pretende disputar a reeleição.

Impacto

Um outro levantamento também realizado durante a crise envolvendo a saída de Moro do governo também indica que a demissão do ex-juiz foi considerada negativa. Pesquisa da XP/Ipespe feita com 800 entrevistados, em todo o País, na quinta-feira e na sexta, perguntou sobre os efeitos para o Brasil da decisão de Moro de deixar o Ministério da Justiça. Do total de entrevistados pela consultoria, 67% afirmaram que o impacto será negativo. Para 16%, a demissão não terá impacto e, para 10%, o impacto será positivo.

Apesar do entendimento da maioria sobre o impacto negativo da saída de Moro, a pesquisa apontou um empate técnico, considerando a margem de erro, quanto à aprovação da decisão do ex-juiz de deixar o cargo. Do total, 44% disseram aprovar a escolha de Moro, ante 42% que desaprovaram (14% não responderam ou disseram não saber responder).

Como parte da pesquisa da XP/Ipespe foi feita um dia antes da demissão ser anunciada, 77% responderam ter conhecimento da saída de Moro do Ministério da Justiça, enquanto 22% disseram não ter tomado conhecimento até a realização da sondagem.

Popularidade

No mesmo período, o porcentual de entrevistados que consideram a gestão de Bolsonaro ótima/boa (31%) permaneceu estável em relação ao levantamento realizado ainda em abril. Os que consideram o governo ruim/péssimo também se mantiveram: 42%. Outros 24%% disseram avaliar o atual administração federal como regular.

Outro ponto questionado durante a pesquisa foi sobre a expectativa dos entrevistados para o restante do governo de Bolsonaro. Do total, 49% disseram que esperam um mandato ruim/péssimo, 25% acreditam que será um governo regular, enquanto 18% afirmaram ter uma expectativa ótima/boa. Outros 9% não souberam ou não quiseram responder.

O mesmo instituto realizou pesquisa sobre a condução de Bolsonaro durante a crise na Saúde. A atuação do presidente foi considerada ruim ou péssima por 44% dos entrevistados. Outros 29% enxergaram o desempenho do presidente durante a pandemia como "ótimo ou bom" e 21%, como "regular".

Em suas declarações públicas, Bolsonaro vem minimizando os efeitos do coronavírus e defendendo o chamado isolamento vertical - segundo o qual somente idosos e pessoas no grupo de risco deveriam ficar em casa.

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