Politica

Protesto critica ex-juiz e Rodrigo Maia

Correio Braziliense
postado em 27/04/2020 04:13
Manifestantes levaram faixas com críticas ao Supremo e a presidente da Câmara




Capitais do país registraram atos a favor do presidente Jair Bolsonaro. Na manifestação que mais mobilizou apoiadores do mandatário brasileiro, de acordo com a estimativa de organizadores dos movimentos, ao menos 9 mil pessoas estiveram na Esplanada dos Ministérios para protestar, principalmente contra o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). A Polícia Militar acompanhou o protesto, mas não divulgou nenhuma estimativa de público — também não foram registradas ocorrências.

Contrariando as orientações de autoridades sanitárias para o enfrentamento da pandemia de Covid-19, os participantes da manifestação provocaram diversas aglomerações durante o ato e nem todos utilizaram máscaras de proteção. Além disso, mesmo com a recomendação de se manter distanciamento social para se proteger contra o novo coronavírus, os apoiadores prometeram montar acampamento em frente ao Congresso Nacional até domingo que vem, quando um novo protesto pró-Bolsonaro deve ser realizado.

Como é comum nas manifestações bolsonaristas, houve carreata e buzinaço pela área central de Brasília. Ao menos 3 mil veículos passaram pelo ato, segundo os líderes do evento. Os manifestantes ainda usaram carros de som para reproduzir o Hino Nacional e discursos de Bolsonaro. Eles também levaram muitas faixas com frases de protesto, a maioria pedindo a prisão de Maia e a saída dele da presidência da Câmara. Quem discursou ao público ainda disse que o Brasil “passa por uma guerra” e que o país precisa se livrar “de alguns ratos maldosos”.

O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro também foi alvo de muitas críticas. Os apoiadores de Bolsonaro acusam o ex-juiz de traição por ter deixado o governo federal na última sexta-feira, quando revelou que o presidente da República já quis colher relatórios de inteligência da Polícia Federal e que ele gostaria de nomear um novo diretor-geral para a corporação a fim de ter mais acesso a inquéritos em aberto na PF.

“Ele mentiu descaradamente na sua saída e se contradisse muitas vezes. É de embrulhar o estômago: ver que uma pessoa que a gente confiava, na verdade, é um abutre, alguém que estava apenas preocupado com a sua biografia. Se ele queria sair, que saísse pela porta da frente, e não de uma maneira tão vulgar, repugnante”, reclamou o comandante Winston Lima, do Bloco Movimento Brasil.

Apoiadores bolsonaristas de diferentes regiões do país estiveram na manifestação, e a tendência, segundo organizadores, é que mais pessoas cheguem à capital federal no decorrer dos próximos dias para a manifestação prevista para o fim de semana. Integrante da Frente Conservadora de Goiânia, Jeniffer Creci esteve no ato de ontem e frisou que “o presidente é mais importante e maior do que qualquer ministro”. “O fato de nós estarmos nas ruas é uma demonstração de apoio incondicional ao presidente. Afinal, votamos nele, e não nos ministros”, disse.

Contra Witzel    
No Rio de Janeiro, um grupo de dezenas de apoiadores de Bolsonaro desobedeceu decretos estaduais e municipais para protestar. Os manifestantes — a maioria sem máscaras — se aglomeraram principalmente na porta do prédio em que mora Maia.

Na capital fluminense, a obrigação do uso de máscara foi determinada por decreto do prefeito Marcelo Crivella há oito dias. Outra desobediência dos participantes do ato se deu no âmbito estadual, já que eles foram à areia da praia de São Conrado, Zona Sul da capital fluminense, e estenderam uma faixa com os dizeres Maia na cadeia. Decreto do governador Wilson Witzel (PSC) proíbe a permanência nas praias do estado. Witzel, inclusive, também foi alvo da manifestação. Ele é um dos governadores mais atacados pelo presidente e seus apoiadores.





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