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Moro deve comprovar no STF acusação que fez contra mim, diz Bolsonaro

A pedido do procurador Geral da República, Augusto Aras, o ministro Celso de Mello deve autorizar ainda hoje a abertura de uma investigação para averiguar as denúncias feitas pelo ex-juiz

Correio Braziliense
postado em 27/04/2020 19:02
A pedido do procurador Geral da República, Augusto Aras, o ministro Celso de Mello deve autorizar ainda hoje a abertura de uma investigação para averiguar as denúncias feitas pelo ex-juizO presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou na tarde desta segunda-feira (27) esperar que o Supremo Tribunal Federal (STF) analise o mais breve possível as acusações feitas pelo ex-ministro da Justiça, Sergio Moro e que ele deve provar o que disse.

“O ministro que saiu fez acusações e é bom que ele comprove, até para minha biografia, tá ok? Agora, o processo no Supremo é o contrário. É ele que tem que comprovar aquilo que ele falou ao meu respeito. Eu espero que o Supremo Tribunal Federal (STF) analise para tirar a dúvida. Uma acusação grave que foi feita a meu respeito. Seria bom o Supremo decidir isso o mais rapidamente possível. E o (ex) ministro pode apresentar as provas, se ele tiver, obviamente”, declarou Bolsonaro.

A pedido do procurador Geral da República, Augusto Aras, o ministro Celso de Mello deve autorizar ainda hoje a abertura de uma investigação para averiguar as denúncias feitas pelo ex-juiz.

No último dia 24, ao pedir demissão, Moro afirmou que o presidente pretende fazer interferência política em cargos técnicos na PF, que Bolsonaro quer ter acesso a relatórios de inteligência e que o governo mentiu quando publicou a exoneração de Valeixo como sendo a pedido. De acordo com o ministro, o ex-diretor da PF lhe contou que foi pressionado a aceitar que a exoneração ocorresse dessa forma, mas não tinha o desejo de deixar o cargo.

Saiba Mais

Aras pediu que seja investigado se Moro fez acusações falsas a Bolsonaro. "A dimensão dos episódios narrados revela a declaração de Ministro de Estado de atos que revelariam a prática de ilícitos, imputando a sua prática ao Presidente da República, o que, de outra sorte, poderia caracterizar igualmente o crime de denunciação caluniosa", aponta o procurador-geral.

De acordo com Aras, as diligências também devem apurar a suposta prática dos crimes de falsidade ideológica, coação no curso do processo, advocacia administrativa, prevaricação, obstrução de justiça, corrupção passiva privilegiada, denunciação caluniosa e crime contra a honra. Moro deve ser ouvido pelo Supremo e apresentar documentos para comprovar as declarações. Após esse processo, Aras decide se oferece ou não denúncia contra o presidente e demais envolvidos.

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