Politica

"Prefiro aguardar os desdobramentos", diz Gilmar Mendes sobre troca na PF

Ministro do STF diz não ver que o debate acerca da nomeação de Ramagem seja levado ao Supremo

Correio Braziliense
postado em 27/04/2020 21:07
Ministro do STF diz não ver que o debate acerca da nomeação de Ramagem seja levado ao SupremoMinistro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes diz que prefere olhar com cautela o debate acerca da mudança do diretor-geral da Polícia Federal, com a nomeação de Alexandre Ramagem, atual chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Segundo o ministro, os fatos são “complexos e intrincados”. “Eu prefiro aguardar os desdobramentos. Primeiro, se de fato vai haver essa nomeação e, se havendo a nomeação, haverá a impugnação. Vamos aguardar”, disse. 

Em entrevista realizada pela Folha de S. Paulo e transmitida ao vivo, o ministro foi questionado sobre como enxergava o fato de Ramagem, escolhido ao cargo diretor da PF, ser amigo do vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos), filho do presidente Jair Bolsonaro. O ex-diretor Maurício Valeixo foi exonerado na última sexta-feira (24), seguido por um um pedido de demissão do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, que acusou o presidente de repetidas tentativas de interferência política na PF.

Gilmar Mendes diz não ver que o debate seja levado no momento ao Supremo. “Pelo que eu tenho ouvido pelas lideranças políticas, essas que dizem que vão impugnar a nomeação (de Ramagem), eles têm falado que moverão uma ação popular, então isso, em princípio, se daria em primeiro grau”, afirmou. 

Saiba Mais

O ministro pontuou que o presidente tem a competência para nomear o chefe da PF, mas disse acreditar que está havendo uma “certa confusão” em relação ao repasse de informações de relatórios da instituição ao chefe do Executivo nacional. 

“Me parece que está havendo uma certa confusão sobre o assunto, uma vez que o responsável pelo inquérito, a rigor, exerce a função de polícia judiciária. E, portanto, se reporta eventualmente a um ministro, seja do Supremo ou do STJ, ou se reporta a um juiz e ao Ministério Público. Me parece q está havendo uma certa confusão técnica em torno do assunto e eu prefiro aguardar esses desdobramentos", afirmou.

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