Correio Braziliense
postado em 28/04/2020 04:03
A deputada Carla Zambelli (PSL-SP) afirmou que “às vezes, acredita” que a ligação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), “com o PCC é verdadeira”. As críticas contra o magistrado ocorreram quando ela foi questionada sobre um inquérito, aberto na Corte, para investigar quem são os organizadores de atos, que ocorreram em diversas cidades, pedindo intervenção militar. Parlamentares estariam entre os alvos das apurações. Zambelli também disse que o ex-ministro da Justiça Sergio Moro inventou provas contra o presidente Jair Bolsonaro.As declarações foram feitas em entrevista à Jovem Pan. O ministro Alexandre de Moraes é o relator do inquérito sobre as manifestações pró-regime militar e também de outra, que apura fake news e ataques contra o Supremo. “Sobre o Alexandre de Moraes, me desculpa, mas, às vezes, acredito que a ligação dele com o PCC era verdadeira, porque ele está envolvido na causa de investigar pessoas que faziam o bem pelo Brasil”, argumentou a deputada, se referindo à facção criminosa Primeiro Comando da Capital. Ambas as investigações tramitam em sigilo e miram deputados que apoiam o governo. Numa delas, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente da República, é um dos alvos.
Para Zambelli, o Supremo está ultrapassando seus limites constitucionais ao determinar ações de busca e apreensão contra cidadãos comuns, que lançaram críticas à Corte em postagens na internet. “Há milhões de brasileiros aterrorizados com essa possibilidade de o STF investigar cidadãos comuns, que estavam dando opinião na rede social ou xingando ministros do STF”, afirmou. “Quando o Alexandre de Moraes abriu essa investigação no STF, todo mundo falava que ele estava sendo a vítima, o acusador, o promotor, o policial, o julgador. O STF estava sendo tudo. E o STF está abrindo essa investigação de fake news para aterrorizar a população, para não poder xingar ministro nenhum, político nenhum, presidente da Câmara ou do Senado nenhum. Então, calma aí.”
Zambelli também disparou contra o ex-ministro Sergio Moro, que acusou o presidente de tentar interferir na Polícia Federal por razões políticas. De acordo com a parlamentar, o ex-juiz agiu na intenção de criar provas. “Se você perceber, o print que o Moro deu foi às 7h33 da manhã. E ele terminou de escrever para o presidente às 7h33 da manhã. Então, ele tira print no mesmo momento da conversa. Já dá para perceber, no dia 23 de manhã (um dia antes de Moro se demitir), que ele estava com intenções de criar provas.” (RS)
Apreensão de celular
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) pediu que o Supremo Tribunal Federal (STF) determine a apreensão do celular da deputada Carla Zambelli. Ela está envolvida na crise entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro da Justiça Sergio Moro. Em conversas que a própria senadora revelou, ela tenta convencer o ex-juiz a ficar no ministério, em meio à polêmica envolvendo a troca de comando na Polícia Federal. Moro se demitiu após o presidente exonerar o delegado Maurício Valeixo. O ex-ministro acusou o chefe do Executivo de tentar interferir na corporação por razões políticas e agir para obter acesso a relatórios de inteligência policial. Após o pedido de Randolfe Rodrigues, Carla Zambelli afirmou que o celular já está à disposição das autoridades.
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