Politica

...e ataques à nomeação para PF

Correio Braziliense
postado em 29/04/2020 04:03
A nomeação de Alexandre Ramagem como novo diretor-geral da Polícia Federal é alvo de questionamento por parte de lideranças no Congresso. O novo ministro da Justiça, André Mendonça, não tem restrição e é entendido como um nome técnico. Já o delegado desperta dúvidas devido às acusações feitas pelo ex-ministro Sergio Moro de tentativas de interferência política na PF por parte do presidente Jair Bolsonaro.

Antes mesmo da saída do então diretor da PF, Maurício Valeixo, que culminou no pedido de demissão de Moro, Ramagem já era o nome de interesse do governo. Soma-se a isso o fato de o novo comandante da corporação ser apontado como uma pessoa próxima de um dos filhos do presidente, o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos).

O deputado federal Marcelo Freixo (PSol-RJ) deu entrada, ontem, numa ação popular, na 13ª Vara da Justiça Federal de Brasília, para impedir que Ramagem assuma o comando da PF. “Resta claro que a intenção da exoneração do delegado Maurício Valeixo, pela nomeação do delegado Alexandre Ramagem, é uma só: obter informações sigilosas, podendo, até, interferir em investigações da Polícia Federal”, diz um trecho da ação.

O senador Eduardo Gomes (MDB-TO), líder do governo no Congresso, minimizou a má repercussão e destacou que a troca é prerrogativa do presidente da República. Ele elogiou os nomeados. “Eles são excepcionais. Profissionais bem-avaliados. O clima está receptivo. Não tem como ter reação (negativa)”, defendeu.

Ontem, a Rede entrou com uma ação de descumprimento de preceito fundamental (ADPF) no STF. O PDT também tomou medidas judiciais para impedir a posse de Ramagem.

A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), desejou a Ramagem “uma administração profícua e que traga fortalecimento institucional à Polícia Federal”. “O Delegado de Polícia Federal nomeado possui qualificação técnica para o exercício do cargo, acumulando experiências em diversos setores da instituição”, afirmou, em nota. Em outro trecho, a instituição frisou: “Certamente, o novo Diretor-Geral poderá contar com o apoio dos seus pares e da Associação em tudo que fortalecer e proteger o órgão”.
 
 
Ramagem está na PF desde 2005
Delegado da PF, Alexandre Ramagem está na corporação desde 2005. A carreira começou na Superintendência Regional em Roraima. Dois anos depois, ele foi nomeado delegado regional de Combate ao Crime Organizado. Em 2011, foi transferido para a sede do departamento da PF em Brasília para criar e chefiar uma unidade de Repressão a Crimes contra a Pessoa. Ele atuou na Lava-Jato no Rio, em 2017, e, depois, coordenou o trabalho da instituição junto ao Tribunal Regional Federal da 2ª Região. Na campanha presidencial de 2018, coordenou a segurança de Bolsonaro. Em fevereiro de 2019, assumiu o cargo de assessor especial da Secretaria de Governo da Presidência da República. Em julho, foi nomeado diretor da Abin. 


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