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"Nunca briguei com Guedes, não tem nenhuma desavença", afirma Braga Netto

Guedes e Braga Netto chegaram a se abraçar ao fim da entrevista, desrespeitando as recomendações de distanciamento social da pandemia do novo coronavírus, para mostrar que estão bem

Correio Braziliense
postado em 29/04/2020 18:24
Guedes e Braga Netto chegaram a se abraçar ao fim da entrevista, desrespeitando as recomendações de distanciamento social da pandemia do novo coronavírus, para mostrar que estão bemO ministro-chefe da Casa Civil, Braga Netto, tratou de apagar a fumaça sobre um eventual desentendimento com o ministro da Economia, Paulo Guedes. Braga Netto explicou a ausência do ministro na semana passada durante o anúncio do programa Pró-Brasil. A fala foi dita durante entrevista coletiva no Palácio do Planalto. Guedes e Braga Netto chegaram a se abraçar ao fim da entrevista, desrespeitando as recomendações de distanciamento social da pandemia do novo coronavírus, para mostrar que estão bem.

“Quando o Guedes não veio na primeira reunião, que disseram que nós tínhamos o excluído, era simplesmente porque não íamos falar em dinheiro, de economia, de onde tirar os valores. Nós ainda vamos organizar isso aí. Todos os ministérios com seus secretários executivos estão trabalhando juntos na execução deste programa. Outra coisa, nunca briguei com Paulo Guedes, não brigamos, não tem nenhuma desavença. Ao contrário, estamos sempre conversando e coordenados”, disse.

Braga Netto disse ainda que ocorreu uma interpretação equivocada. “O Pró-Brasil surgiu porque os ministros começaram a procurar a Casa Civil para  apresentar programas para a retomada do crescimento, para investimentos, etc. Quando chegou no terceiro ministro, eu chamei o meu pessoal, reunimos diversos secretários executivos e nós começamos a trabalhar em um projeto para que nós integrarmos e coordenássemos isso aí. Isto é a Casa Civil fazendo o papel dela de centro de governo, de coordenação. Em nenhum momento quando eu apresentei o programa, eu falei de valor porque nós não temos os valores ainda”.

E completou: “Em nenhum momento se pensou em sair do programado, sair do trilho programado pela Economia. Quem dá esse caminho é exatamente, a palavra final, é a Economia, se é possível, se não é possível e quem decide é o presidente da República. Quem vai priorizar no final é o presidente. O programa foi feito nesta coordenação exatamente para evitar que ministérios separadamente fossem no ministério da Economia e começassem a brigar cada um pelo seu pedaço. Aquilo ali é nada mais, nada menos do que a Casa Civil exercendo o papel dela de coordenação”.

Guedes reforça “excelente relacionamento pessoal”

Guedes, reforçou que mantém um “excelente relacionamento pessoal” com Braga Netto. “Nossa relação é a melhor possível. Em nenhum momento eu estava aborrecido com o Braga Netto. Em nenhum momento houve estresse com a Casa Civil”, afirmou. 

Guedes voltou a dizer, portanto, que o que houve em relação ao Pró-Brasil foi um mal entendido. Ele explicou que o papel da Casa Civil é coordenar os pleitos dos diversos ministérios e apresentá-los ao presidente Jair Bolsonaro, que decide, de acordo com os cálculos da Economia, quais desses pleitos vai atender. Segundo Guedes,o Pró-Brasil apresentava, então, esses pleitos setoriais que serão avaliados pelo Planalto e pela Economia.”É a forma que trabalhamos. É coordenação”, disse.

Saiba Mais

O ministro da Economia não escondeu, contudo, a insatisfação com o pleito de alguns ministérios. Ele indicou que, por conta da magnitude da crise do coronavírus, algumas pastas tentaram ampliar demais os seus investimentos, a ponto de esses pleitos não caberem no orçamento do governo. 

“Alguns ministérios estão vislumbrando novos espaços de ação, mas isso precisa caber no nosso plano. Seria muito oportunismo político, seria uma irresponsabilidade fiscal e seria imperdoável para a população aproveitar a crise na saúde para trazermos uma farra eleitoral para se engrandecer e colocar em risco o próprio governo”, afirmou. Guedes não citou nomes ao fazer essa crítica, mas interlocutores do governo revelaram que a equipe econômica não concordaram com os pleitos do Ministério do Desenvolvimento Regional, que é comandado por Rogério Marinho.

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