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Brasília-DF

por Carlos Alexandre de Souza » carlosalexandre.df@dabr.com.br %u2014 interino

Correio Braziliense
postado em 02/05/2020 04:13
por Carlos Alexandre de Souza  » carlosalexandre.df@dabr.com.br  %u2014 interino

Um papel a cumprir

A cada dia que passa, o presidente Bolsonaro perde a oportunidade de exercer o papel que lhe cabe como chefe do governo e representante da nação brasileira. Ontem, ao comentar sobre o Dia do Trabalhador, insistiu no argumento de que os governadores impedem a circulação dos cidadãos que precisam batalhar pelo sustento. É mais uma tentativa de dizer que não tem nada com isso, que não lhe recai sobre os ombros qualquer responsabilidade em relação ao que está acontecendo no Brasil. A crítica de Bolsonaro vai de encontro à postura adotada por chefes de Estado reconhecidos pela seriedade. Nenhum país que hoje se recupera da pandemia do coronavírus conseguiu reagir à crise sem a atuação decisiva do governo federal. Ao invés de tratar a  maioria dos governadores e prefeitos como inimigos, o presidente deveria comandar pessoalmente as ações do governo federal – e há diversas frentes para servir de exemplo – e mostrar que trabalha pela união do país, e não pela discórdia. Mais do que isso, urge ao presidente manifestar sincera solidariedade aos brasileiros – ainda mais após declarações desastrosas do nível de “E daí?”. Como já foi dito ao chefe do Executivo, é o momento de sair das bolhas do Planalto e ir às regiões que estão em situação crítica na guerra contra o vírus. Se Bolsonaro se diz comandante, precisa ir ao front.

Estratégia
Infelizmente, ainda não chegou o momento de o presidente colocar-se acima de rivalidades políticas e mostrar empatia aos milhões de brasileiros que lutam contra a Covid-19. Assim como fez ao insistir no uso da hidroxicloroquina e nas críticas ao isolamento, mantém a estratégia de confundir, questionar, divergir, polemizar. O país não precisa disso.

Aliás...
A política do confronto não mira somente os representantes dos Estados. Apenas para ficarmos nesta semana, é impressionante observar o desgaste presidencial com outro poder da República, o Supremo Tribunal Federal. É lamentável para a democracia brasileira ouvir termos tão desrespeitosos a um representante do Judiciário.

Tiros a esmo
Nos ataques a Alexandre de Moraes, a ira do presidente mirou o alvo errado. O ministro não suspendeu a nomeação de Alexandre Ramagem porque o escolhido seria amigo da família presidencial. E, sim, porque haveria desvio de finalidade na escolha do chefe da Polícia Federal, leia-se uma motivação estranha ao princípio constitucional
do interesse público.

Quer dizer...
Ou seja, Moraes entendeu haver indícios de uma interferência política na nomeação – exatamente o que motivou a saída de Sergio Moro do ministério da Justiça.

Risco real - Presidente do Tribunal Superior Eleitoral a partir de maio, o ministro Luis Roberto Barroso (foto) considera um “risco real” o adiamento das eleições municipais, previstas para outubro. Mas ele defende que o pleito seja realizado em 2020, sem extensão do mandato dos atuais prefeitos.

Overdose eleitoral - Barroso considera um risco a realização de eleições simultâneas. O eleitor teria de escolher sete candidatos. “É muita informação”, disse o ministro, em uma live promovida pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB).

Acabem com as filas - A pergunta é inevitável: por que estados e municípios não se organizam para ordenar as inadmissíveis filas ao redor das agências da Caixa Econômica Federal? O que falta para convocar equipes de serviço social, polícia ou guarda municipal que auxiliem na triagem de quem tem direito a algum benefício? Precisa dizer que as aglomerações atingem em primeiro lugar a municipalidade?

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