Politica

Bolsonaro diz que vai nomear novo diretor da PF nesta segunda-feira

Nomeação de Alexandre Ramagem foi suspensa pelo STF, e presidente revogou o ato. Corporação está há mais de uma semana sem diretor, após exoneração de Valeixo

O presidente Jair Bolsonaro disse, neste domingo (3/5), que irá nomear um novo diretor para a Polícia Federal nesta segunda-feira (4/5). O cargo tem gerado grande polêmica nas últimas semanas, desde a exoneração do então diretor-geral Maurício Valeixo, no último dia 24, que causou o pedido de demissão do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro, que saiu acusando o presidente de interferência política na PF e se tornou o novo inimigo de bolsonaristas. 

 

Depois de retirar Valeixo, Bolsonaro nomeou Alexandre Ramagem, diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Era esse o nome que o presidente queria para o cargo, mas não era aceito por Moro, que pontuou que não via motivo suficiente para justificar a mudança. O ex-juiz federal chegou a dizer que o presidente queria alguém do seu contato pessoal, para quem ele pudesse ligar e colher informações de relatórios de inteligência. "E realmente não é o papel da Polícia federal prestar esse tipo de informação", afirmou.

 

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Com isso, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes suspendeu a nomeação na última quarta-feira (29/4) falando de princípios de impessoalidade em sua justificativa. Bolsonaro, no entanto, disse que "não engoliu" a decisão, chamando o ato de "político". “Tirar numa ‘canetada’, desautorizar o presidente da República com uma ‘canetada’ dizendo em impessoalidade? Ontem quase tivemos uma crise institucional. Faltou pouco. Eu apelo a todos que respeitem a Constituição”,

 

O anúncio do presidente foi feito no Palácio do Planalto, logo após cumprimentar pessoas em manifestação contra o STF e o Congresso Nacional. Bolsonaro disse ainda que tem o apoio do povo e das Forças Armadas, e que "chegou no limite". "Peço a Deus que não tenhamos problema essa semana, porque chegamos no limite. Não tem mais conversa, ok? Faremos cumrpri a Constituição. Ela será cumprida a qualquer preço, e ela tem dupla mão. Não é a mão de um lado só não", afirmou.