Politica

Silêncio na indústria

Entidades patronais procuradas pelo Correio evitaram comentar as últimas atitudes do presidente Bolsonaro, com desrespeito à quarentena e participação em protestos antidemocráticos. Contudo, empresários e interlocutores deles admitem que é preciso um discurso mais “maduro” do chefe do Executivo.

No meio empresarial, ninguém quer se expor. O presidente de uma das associações de fabricantes nacionais revelou que palavra de ordem é “não comentar temas políticos”. O mesmo informou as assessorias da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e da Confederação Nacional das Indústrias (CNI). “Todo mundo está muito quieto. Apesar de estarem insatisfeitos, ninguém vai querer se expor, por enquanto”, disse um empresário, sob anonimato.

O presidente do Instituto Brasil 200, Gabriel Kanner, lamentou a saída de Moro e criticou os ataques à imprensa e aos demais Poderes. “Somos absolutamente contra qualquer discurso de fechamento do Congresso e do STF. Isso é muito ruim para a imagem da direita brasileira com agenda econômica liberar e valores conservadores”, disse. Ele acredita que Bolsonaro poderia ter mais equilíbrio. “O presidente poderia ser mais cauteloso em algumas atitudes ao defender a volta das atividades econômicas. É o que defendemos para evitar que o país entre em um colapso social se a economia ficar paralisada”, defendeu.