Correio Braziliense
postado em 05/05/2020 07:56
Novo diretor-geral da PolÃcia Federal, o delegado Rolando Alexandre de Souza já defendeu que polÃticos corruptos são mais perigosos que "traficantes da esquina" e que sua prioridade no órgão é combater a corrupção.
A nomeação de Souza ocorre depois que Alexandre Ramagem teve sua indicação suspensa por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Souza é considerado o braço direito de Ramagem na Agência Brasileira de Inteligência (Abin), onde ocupava o cargo de secretário de Planejamento e Gestão da instituição.
Antes de chegar à Abin, em setembro de 2019, Souza era superintendente regional da PF em Alagoas. Discreto, sua aparição na imprensa ou nas operações realizadas pela PF no Estado era tÃmida.
Sob seu comando, a PF realizou operações contra a corrupção, principalmente no interior no Estado, como a ocorrida em setembro do ano passado, em São José da Tapera (220 km de Maceió). Na ocasião, oito pessoas foram presas, entre elas o ex-prefeito do municÃpio, Jarbas Pereira, acusadas de desvio de R$ 5 milhões do antigo Fundef.
Em março de 2018, quando tomou posse na superintendência, Souza disse que o combate à corrupção era sua prioridade "número um". "Nós temos vários outros crimes que são atribuições da PolÃcia Federal e nós devemos combater todos, mas o combate à corrupção é o número um deles."
O delegado também foi chefe do Serviço de Repressão a Desvios de Recursos Públicos (SRDP), situado na sede da PF em BrasÃlia. Em uma palestra em 2017, afirmou que polÃticos corruptos são mais perigosos que "traficantes da esquina". "A corrupção mata. Achar que o traficante da esquina é mais perigoso que o polÃtico corrupto é uma falácia. PolÃtico mata muito mais que bandido", declarou.
Influência
A nomeação de Rolando é vista como alternativa do presidente para manter a influência de Ramagem, que é próximo à famÃlia Bolsonaro, na PF. Segundo interlocutores do presidente, Ramagem participou diretamente das decisões sobre o futuro do comando da PF, uma atribuição do ministro da Justiça, André Mendonça.
Bolsonaro está preocupado com o avanço de investigações que podem atingir seus filhos, como o inquérito das "fake news", e o que foi aberto após o presidente participar de ato em BrasÃlia com mensagens contra o STF e o Congresso.
Outra apreensão do presidente é a investigação sobre esquema de "rachadinha" no antigo gabinete senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ)no Rio. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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