O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, disse, em depoimento no inquérito aberto para apurar as acusações que ele fez contra o presidente Jair Bolsonaro, que o chefe do governo o pressionava, desde janeiro, para que Alexandre Ramagem assumisse a direção-geral da Polícia Federal, em substituição a Maurício Valeixo. Ramagem é amigo da família Bolsonaro e teve a nomeação para a chefia da PF suspensa, na semana passada, pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Moro prestou depoimento no sábado, na superintendência da Polícia Federal em Curitiba. O inquérito foi aberto pela Procuradoria-Geral da República para apurar se Bolsonaro inteferiu politicamente na PF para ter acesso a relatórios de inteligência do órgão.
Segundo o relato do ex-juiz federal, a pressão do presidente pela troca de comando da Polícia Federal e da superintendência do órgão no Rio de Janeiro é conhecida por vários ministros e outras autoridades do Palácio do Planalto.
Saiba Mais
Na segunda-feira, Bolsonaro empossou o novo diretor-geral da Polícia Federal, Rolando Alexandre de Souza, em uma rápida cerimônia, realizada menos de uma hora depois de a nomeação ser publicada no Diário Oficial da União (DOU). A troca no comando da superintendência da PF no Rio foi uma das primeiras medidas tomadas pelo novo diretor.