Politica

''Lamento o destino de Moro'', diz Bolsonaro sobre acusações de ex-ministro

Presidente rebateu declarações de que já teria tentado interferir politicamente na Polícia Federal e comentou sobre Moro: ''teve uma boa atuação no governo, e em outros momentos lamentavelmente deixou a desejar''

Correio Braziliense
postado em 05/05/2020 20:16
Presidente rebateu declarações de que já teria tentado interferir politicamente na Polícia Federal e comentou sobre Moro: ''teve uma boa atuação no governo, e em outros momentos lamentavelmente deixou a desejar''Acusado por Sergio Moro de já ter tentado interferir politicamente na Polícia Federal, o presidente Jair Bolsonaro disse “lamentar” que o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública tenha virado as costas para ele. 

No último sábado (2/5), Moro apresentou provas das suas declarações à superintendência da corporação em Curitiba (PR). Bolsonaro, no entanto, não teme as acusações e comentou que ex-ministro merecia um destino melhor do que delatar supostos crimes cometidos por um presidente da República.

“Eu lamento uma pessoa como o senhor Sergio Moro, um passada que ele teve importantíssimo na República do Brasil, caçando bandidos, corruptos… Eu lamento uma figura tão importante, como foi o senhor Sérgio Moro para nós, prendendo o ex-presidente Lula em primeira instância, ter esse fim”, disse Bolsonaro na noite desta terça-feira (5/5), em frente ao Palácio da Alvorada.

O presidente analisou que Moro “teve uma boa atuação no governo, e em outros momentos lamentavelmente deixou a desejar”. Sobre as acusações do ex-ministro de que teria tentado acessar relatórios de inteligência da Polícia Federal, Bolsonaro disse que nunca quis fazer isso.

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“Pra que eu quero relatórios de inquérito? Eu não estou interessado em condenar ou absolver quem quer que seja. Isso não é trabalho meu. A minha vida está aí à disposição de todos vocês, como sempre. Não tem nenhuma acusação de corrupção no meu governo. Zero”, afirmou o presidente.

Bolsonaro disse estar tranquilo quanto aos próximos passos da investigação, em que a Polícia Federal deve ouvir os ministros da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos; do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno; e da Casa Civil, Walter Braga Netto. O presidente disse que “graças a Deus, quem está com a verdade, tem paz”.

“O ministro do Supremo (Celso de Mello, relator do inquérito na Corte) deve me investigar, ouvir ministros e outras pessoas para dizer que eu, talvez, tenha cometido um crime. Graças a Deus, quem está com a verdade tem paz, quer o bem do seu país, tem Deus no coração. Não tem com o que se enrolar”, garantiu.

Bolsonaro quer ler o depoimento de Moro "com atenção" e disse que a sua defesa no caso deve ser feita pela Advocacia-Geral da União (AGU). "Não vou pagar advogado caro porque não tenho dinheiro. Vivo desse meu salário aqui, ganho em torno de R$ 23 mil líquidos por mês, não dá pra pagar um advogado que já tenha defendido alguém da Lava-Jato, não dá. Da Odebrecht, não dá. Para mim não dá, porque eu não tenho crime", ironizou.

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