Correio Braziliense
postado em 07/05/2020 04:03
O presidente Jair Bolsonaro tem revelado a aliados que, antes mesmo do rompimento entre ele e Sergio Moro, percebia que o ex-ministro da Justiça se movimentava politicamente para ser candidato à Presidência da República em 2022. Nessas conversas, o chefe do Executivo chegou a dizer que considerava que uma eventual indicação do ex-juiz para o Supremo Tribunal Federal (STF) serviria como um poderoso palanque eleitoral para o agora desafeto.A preocupação de Bolsonaro com supostos projetos políticos de Moro explica, em grande parte, o caráter conflituoso que marcou a relação entre os dois. Segundo interlocutores, após a saída do ex-juiz do governo, o presidente passou a dar ainda mais atenção à possibilidade de ter de enfrentar Moro nas urnas em 2022. “Candidatíssimo”, tem repetido o comandante do Planalto a aliados. Bolsonaro tem sido acusado por opositores de privilegiar a disputa política em detrimento da resposta à pandemia do novo coronavírus.
Mosca azul
O deputado Bibo Nunes (PSL-RS), ao falar de Moro, o chamou de “traidor” e disse que o ex-ministro e a mulher, a advogada Rosângela Moro, já vinham articulando um projeto político com vistas às eleições de 2022. “O presidente e muitos de nós sabemos disso. O senhor Sergio Moro foi picado pela mosca azul”, disse. O Correio tentou contato com o escritório da advogada Rosângela Moro em Curitiba, mas a chamada não foi atendida, e a secretária eletrônica estava desativada. (JV)
TRF-3 manda apresentar exame
O Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) determinou, ontem, que o presidente Jair Bolsonaro entregue “laudos de todos os exames” que fez para detectar coronavírus. Em sua sentença, o desembargador André Nabarrete manteve decisão que já havia sido tomada pela Justiça Federal de São Paulo. “A urgência da tutela é inegável, porque o processo pandêmico se desenrola diariamente, com o aumento de mortos e infectados. A sociedade tem que se certificar que o sr. Presidente está ou não acometido da doença”, escreveu Nabarrete. A Advocacia-Geral da União (AGU) informou que está analisando a decisão e avaliando medidas judiciais cabíveis.
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