Bolsonaro à mulher que pediu prova de fraude nas eleições: 'É jornalista?'

Em março, durante viagem aos Estados Unidos, Bolsonaro disse ter provas de fraude nas urnas eletrônicas na eleição de 2018 , mas nunca as apresentou

Correio Braziliense

postado em 07/05/2020 11:22

O presidente Jair Bolsonaro deixou uma apoiadora sem respostas, nesta quinta-feira (7/5), na saída do Palácio da Alvorada. A simpatizante, vestida de amarelo, questionou quando Bolsonaro apresentará provas de fraude eleitoral em 2018.

 

"Quando o senhor vai apresentar as provas da fraude eleitoral?", perguntou a apoiadora. Bolsonaro então disparou: "Calma, calma. A senhora é jornalista?". A mulher diz que não e volta a insistir na questão, mas o presidente ignora novamente a pergunta e insiste a perguntar se ela era da mídia.

Em março, durante viagem aos Estados Unidos, Bolsonaro disse ter provas de fraude nas urnas eletrônicas na eleição de 2018 e apontou ter sido eleito no primeiro turno. Mas, desde então, nunca apresentou nada que indicasse isso.

“E nós temos não apenas palavra, nós temos comprovado. Brevemente eu quero mostrar, porque nós precisamos aprovar no Brasil um sistema seguro de apuração de votos. Caso contrário, passível de manipulação e de fraudes”, disse Bolsonaro na época.

Quarentena

A uma outra apoiadora, que pediu para que ele acabasse com a quarentena e que mencionou que governadores agem com "aval do STF", Bolsonaro respondeu que não pode interferir nas decisões da Casa e voltou a dizer que o Brasil "ainda não está em crise" por conta do auxílio emergencial de R$ 600 concedido pelo governo. Segundo ele, o país já tem cerca de 10 milhões de desempregados formais.

"A senhora falou aval do STF. É verdade. Eu não posso passar por cima do Supremo. Inclusive estão aumentando as medidas protetivas. Pessoal, já está na casa dos 10 milhões de desempregados, isso dos formais. O Brasil não está em crise ainda por causa dos 600 reais.Se não, o pessoal estava já com fome. Eu já estou vendo matéria nessa imprensa aí sobre desemprego. Vão querer dizer que sou o responsável. Autônomo e informal já perdeu", concluiu.