Politica

AGU pede para entregar apenas trechos da reunião de Bolsonaro com Moro

Gravação é de reunião onde o presidente teria pedido relatórios de inteligência policial e exigido troca de comando na superintendência da PF no Rio. Ministro Celso de Mello analisará a petição

Correio Braziliense
postado em 07/05/2020 16:09
Gravação é de reunião onde o presidente teria pedido relatórios de inteligência policial e exigido troca de comando na superintendência da PF no Rio. Ministro Celso de Mello analisará a petiçãoEm petição enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), a Advocacia Geral da União (AGU) pediu ao ministro Celso de Mello, nesta quinta-feira (7/5), autorização para entregar, com edições, o vídeo da reunião entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro Sergio Moro. O encontro também foi acompanhado por outros ministros, e citado por Moro no depoimento prestado à Polícia Federal.

O ex-ministro afirmou que o encontro havia sido gravado. Celso de Mello, então, pediu que o Planalto enviasse ao Supremo a cópia integral das gravações. Na quarta-feira, a AGU solicitou que Mello suspendesse a determinação para ter acesso as imagens, e nesta quinta-feira, anexou outro pedido, para que ele "também considere" receber apenas trechos do vídeos que dizem respeito ao inquérito em andamento. A entidade alega ter conteúdo "sensível ao Estado" na gravação.

Saiba Mais

As diligências foram abertas para investigar eventuais crimes cometidos pelo presidente ao supostamente tentar interferir na Polícia Federal, e tem como base, acusações feitas por Moro. O ex-ministro afirmou que na reunião, Bolsonaro falou em frente aos demais integrantes do governo em ter acesso a relatórios de inteligência, e teria pedido a troca do superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro. Moro contou que tudo foi gravado em vídeo e está em poder da Presidência. O ministro Celso de Mello deve decidir ainda hoje sobre o pedido da AGU.

Logo após petição da AGU, o ex-ministro Sergio Moro, por meio de seus advogados, apresentou pedido para que o vídeo seja repassado ao Supremo na íntegra. Ele alega que o fato das imagens revelarem ter conteúdo sensível, não impede que o Supremo analise todo o material, decretando sigilo sobre determinados trechos. "Com todo respeito aos argumentos utilizados, parece óbvio, em primeiro lugar, que em uma reunião entre autoridades de tão alto escalão, devem ter sido, realmente, tratados assuntos de relevância nacional"m afirma um trecho da peça enviada a Corte.

"Contudo, tal circunstância não é suficiente para que o registro do encontro possa ser colocado integralmente a salvo do exame judicial e policial a ser realizado nesta investigação, notadamente em razão de sua importância para o deslinde dos fatos objeto do presente apuratório", completa a defesa de Moro.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags