Politica

Ato esvaziado volta a defender o golpe





Brasília voltou a assistir  à nova carreta de bolsonaristas, ontem, na Esplanada dos Ministérios. Esvaziada e sem a presença do presidente –– que, à tarde, andou de jet ski pelo Lago Paranoá ––, o ato mais uma vez atacou Supremo Tribunal Federal (STF), Congresso, imprensa e governadores. Os organizadores, porém, insistiam que o protesto era democrático, mesmo pedindo um golpe de estado com o fechamento do Parlamento e da Corte.

Uma faixa ameaçadora mostrava foto de um tanque de guerra com a frase: “Um presente do povo para o Congresso e o STF.  Aguardem”. Um caminhão enfeitado como um carro de campanha puxou a carreata. Apoiadores diziam-se “soldados de Bolsonaro”.

Não faltaram ataques à imprensa e até acusações de que “a mídia é comunista!”, como berrou uma manifestante. Os ambulantes ajudavam a disseminar o ódio vendendo camisetas com dizeres contra uma emissora de televisão. Jornalistas foram ofendidos, mas a organização amenizou dizendo que os repórteres não tinham culpa pela linha editorial dos veículos.

Governadores não foram poupados e mesmo o hino antifascista Bella Ciao serviu de paródia contra o presidente da Câmara, Rodrigo Maia –– com o grito “Maia, tchau”. Também de manhã, Bolsonaro tuitou chamando os jornalistas de “idiotas” ao dizer que o churrasco, que cancelou devido à má repercussão no momento em que as mortes pela covid-19 chegam a 10 mil, era “fake”.