Correio Braziliense
postado em 11/05/2020 14:23
O ex-diretor da PolÃcia Federal, MaurÃcio Valeixo, está na sede da corporação em Curitiba desde à s 10h desta segunda, 11, prestando depoimento no âmbito do inquérito sobre suposta tentativa de interferência polÃtica do presidente Jair Bolsonaro na corporação. O depoimento seguia em andamento até à s 13h é possÃvel que haja intervalo.
Os investigadores também vão ouvir nesta segunda o delegado Ricardo Saadi e o diretor da Agência Brasileira de Inteligência Alexandre Ramagem Rodrigues, em audiências marcadas para as 15h no edifÃcio sede da PF, em BrasÃlia.
As oitivas foram agendadas em atenção à determinação do ministro Celso de Mello, relator do caso no Supremo Tribunal Federal. As audiências foram autorizadas, por sua vez, com base em pedido feito pelo procurador-geral da República Augusto Aras após o depoimento de mais de oito horas prestado por Moro no último dia 2.
Valeixo e Saadi estão envolvidos na primeira tentativa do Planalto de trocar o comando da PF no Rio. O primeiro foi ainda pivô da exoneração de Moro do governo e da abertura do inquérito no Supremo.
Já Alexandre Ramagem - amigo da famÃlia Bolsonaro - foi indicado por Bolsonaro para substituir Valeixo mas não chegou a tomar posse por decisão liminar do ministro Alexandre de Moraes. A União revogou a indicação em seguida e nomeou Rolando Alexandre de Souza para a chefia da PF, mas o presidente segue insistindo em seu preferido.
As três oitivas marcam o inÃcio da série de depoimentos que serão prestados nesta semana no âmbito da investigação sobre as acusações feitas por Moro a Bolsonaro ao anunciar sua saÃda do governo.
As audiências seguintes serão realizadas nesta terça, 12, no Palácio do Planalto e vão envolver três ministros próximos do presidente: Augusto Heleno (GSI), Walter Braga Netto (Casa Civil) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo). Os três foram listados por Moro como testemunhas de ameaças proferidas pelo presidente contra o ex-ministro caso ele não concordasse com a troca da direção-geral da PF.
Na quarta, 13, a PF vai ouvir Carlos Henrique de Oliveira Sousa, ex-chefe da PF no Rio, convidado por Rolando Alexandre para a diretoria-executiva da PF, Alexandre da Silva Saraiva, chefe da PF no Amazonas também envolvido na primeira crise pública entre Moro e Bolsonaro, e ainda a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) que deverá esclarecer a troca de mensagens com Moro em que pede ao ex-ministro que aceite a mudança na direção-geral da PF solicitada por Bolsonaro e, em troca, diz que se comprometeria 'a ajudar' com uma vaga no STF.
A única oitiva determinada por Celso de Mello e não agendada ainda é a doo ex-chefe da corporação em Minas, Rodrigo Teixeira.
No último fim de semana, o decano autorizou que PF designe novas audiências caso seja necessário reinquirir as testemunhas diante do conhecimento do que se passou na reunião ministerial de 22 abril, na qual, segundo Moro, o presidente Jair Bolsonaro teria cobrado a substituição do diretor-geral da PF e do superintendente no Rio. O vÃdeo foi entregue pelo governo ao STF na noite desta sexta, 8, e Celso de Mello decidiu colocar temporariamente sigilo sobre o material.
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.