#Fica a Dica
Em seu depoimento à Polícia Federal, ao qual a coluna teve acesso, o ex-diretor-geral Maurício Valeixo foi muito claro ao dizer que não é “comportamento padrão” do cargo acesso direto às equipes de investigação em curso e, dado o “amadurecimento institucional”, uma ação como essa seria formalizada nos autos e comunicada, no caso do inquérito das Fake News, ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
O ministro responsável por esse inquérito é Alexandre de Moraes, que já blindou a equipe responsável pela investigação, determinando que não seja substituída. Nesse sentido, a resposta de Valeixo, durante o depoimento, foi vista como um aviso direto aos recém-chegados ao comando da Polícia Federal, e, em especial, aos deputados alvos da investigação: quem tentar interferir não terá sucesso e ainda será citado nos autos.
Bolsonaro força porta...
Ao decretar a volta ao trabalho das academias de ginástica e salões de beleza, o presidente Jair Bolsonaro quer testar seu poder de mando, caso o decreto seja alvo de ações no STF.
… para ganhar na rua
A aposta do Planalto é a de que o presidente ganhará a batalha, ainda que o decreto seja suspenso para fazer valer as decisões de governadores que apertam o isolamento para tentar evitar o colapso do sistema de saúde. A “vitória” será o apoio dos trabalhadores desses segmentos ávidos por voltar às atividades. E o vírus? Será na linha do “cada um que se cuide”.
Os alvos
Os bolsonaristas estão prontos para fazer valer o discurso de que os governadores de São Paulo, João Doria, e o do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, “são contra os salões de beleza e as academias”.
Tudo de novo
Os políticos consideram que o país revive agora, num cenário de mais de 11 mil mortes, a discussão do início de abril, quando o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta defendia a quarentena e Bolsonaro ia passear. A diferença é que Nelson Teich não enfrenta Bolsonaro, e os hospitais estão muito mais cheios em alguns estados.
Curtidas
Ali é que o bicho pega/ É no Congresso que a base de Jair Bolsonaro continua instável. A aposta é a de que, se não acomodar todos os partidos, não terá sossego.
Semelhanças/ Se acomodar o Centrão, os aliados de primeira hora é que vão chiar. Afinal, muitos apoiaram Bolsonaro na crença de que ele não entraria no toma lá dá cá. A aposta do governo, porém, é garantir a base política agora e, paralelamente, administrar a rua. Foi a receita que Lula usou para escapar de um processo político no período do mensalão, em 2005, e se reeleger em 2006.
Coadjuvante/ O ministro Nelson Teich, que prepara um plano com 40 páginas sobre a quarentena, não foi sequer consultado sobre a abertura de academias, salões de beleza e barbearias. Sinal de que não teve qualquer fundamentação técnico-sanitária para a edição do decreto.
Separados, mas afinados/ Ninguém aposta em contradições entre os três ministros generais que vão depor hoje no Palácio do Planalto, em salas separadas. Braga Neto (Casa Civil), Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) vão afirmar que não viram nenhum sinal de interferência do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal.
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