Correio Braziliense
postado em 12/05/2020 13:09
O governador do Rio, Wilson Witzel, afirmou que o presidente Jair Bolsonaro "caminha para o precipÃcio e quer levar com ele todos nós". Segundo Witzel, que se referia ao decreto presidencial que classificou academias e salões de beleza como serviços essenciais, não há nenhum sinal de que as medidas restritivas devem ser flexibilizadas.
"Estimular empreendedores a reabrir estabelecimentos é uma irresponsabilidade. Ainda mais se algum cliente contrair o vÃrus. Bolsonaro caminha para o precipÃcio e quer levar com ele todos nós", disse o governador.
O Estado do Rio não vai aderir ao decreto presidencial. Isso porque, explica o governo, o Supremo Tribunal Federal (STF) já decidiu que estados e municÃpios têm autonomia para adotar regras de isolamento social durante a pandemia.
Atualmente, lembra o Palácio Guanabara, o decreto reeditado por Witzel tem validade até o dia 31 deste mês. No Rio, o que se considera no momento é justamente o oposto do que Bolsonaro sinaliza: o Estado vem, via medidas progressivas dos municÃpios, adotando uma espécie de 'lockdown' paulatino, com fechamentos mais radicais em áreas consideradas crÃticas, como a zona oeste da capital fluminense.
Até o prefeito Marcelo Crivella, tido como aliado de Bolsonaro, segue em direção oposta a do presidente. Classificadas por ele como um "semi-lockdown", medidas publicadas nesta segunda, 11, em decreto extraordinário, incluem a proibição do tráfego de pessoas e veÃculos em regiões centrais de alguns bairros das zonas norte e oeste, de estacionamento na orla, de comércio nas favelas e de se fazer apostas em casas lotéricas.
Na noite da última quinta-feira, 7, Witzel enviou um ofÃcio ao Ministério Público em que afirma ter determinado a elaboração de um plano para o Estado caminhar rumo a um isolamento mais radical. O governador cita medidas como o fechamento de estradas intermunicipais e uma maior restrição à circulação de pessoas e veÃculos, por exemplo. Além disso, o mandatário tem dito que a PolÃcia Militar está à disposição dos municÃpios que decretarem seus próprios isolamentos.
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