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Bolsonaro garante não ter falado em Polícia Federal no vídeo

Gravação de reunião ministerial do dia 22 de abril, com a presença do presidente, foi apontada pelo ex-ministro Sérgio Moro como prova de interferência de Bolsonaro na PF

Correio Braziliense
postado em 12/05/2020 18:34
Gravação de reunião ministerial do dia 22 de abril, com a presença do presidente, foi apontada pelo ex-ministro Sérgio Moro como prova de interferência de Bolsonaro na PFO presidente Jair Bolsonaro disse na tarde desta terça-feira (12/5) que não falou sobre a Polícia Federal em vídeo de reunião com ministros no último 22 de abril. "Não existe no vídeo todo a palavra Polícia Federal e nem superintendência", afirmou. A gravação em questão foi citada pelo ex-ministro Sérgio Moro como prova de que o chefe do Executivo teria exigido mudanças na chefia da PF e ameaçado demitir o ex-ministro

O presidente, questionado se havia falado algo relacionado aos seus filhos, afirmou que após ter sido esfaqueado durante as eleições de 2018, esteve preocupado com a segurança de sua família. Segundo ele, no entanto, quem cuida da segurança dele e de sua família é o Gabinete de Segurança Institucional (GSI). 

"Em Juiz de Fora, o Adélio (Bispo) cercou o meu filho no vídeo. Talvez quisesse assassiná-lo ali. A segurança da família família é uma coisa. Não estou e nunca estive preocupado com a Polícia Federal. A Polícia Federal nunca investigou ninguém da minha família, isso não existe no vídeo", disse. 

Saiba Mais

Apesar da fala, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), um dos filhos do presidente, foi investigado pela PF por lavagem de dinheiro e falsidade ideológica em um inquérito eleitoral. No início deste ano, a corporação concluiu o inquérito dizendo que não havia indícios contra o senador.

Bolsonaro sinalizou que está tranquilo com o conteúdo da gravação. "O vídeo é meu. Não é oficial, mas é meu. Eu poderia não entregar o vídeo", afirmou. 

O ex-ministro Sérgio Moro foi nesta terça-feira à sede da PF em Brasília para assistir ao referido vídeo. A intenção era observar se a gravação era real e estava na íntegra, ou se havia sido editada. De acordo com fontes na Policia Federal, as imagens são bastante relevadoras sobre o que realmente aconteceu no governo Bolsonaro e sobre as intenções do presidente. 

Destruído

Depois da polêmica gerada em torno do vídeo de reunião entre Bolsonaro e ministros, o presidente disse que houve uma reunião nesta terça-feira que não foi gravada para, segundo Bolsonaro, "evitar esse problema". "Os ministros queriam que não fosse filmada e eu também já tinha decidido não filmar. Ali, muitas vezes, são discussões um pouco acaloradas", disse. 

De acordo com ele, vídeos de reuniões ministeriais eram sempre feitas para que fossem usadas algumas imagens e depois a gravação era destruída. "Esse outro não foi destruído", pontuou.

O presidente diz ter entregado o vídeo à Polícia Federal para evitar que houvesse especulações sobre o conteúdo. "Para evitar falarem que eu sumi com o vídeo porque ele era comprometedor", afirmou. As imagens foram entregues à PF após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso de Mello, que relata o inquérito que investiga possível interferência política de Bolsonaro na PF.

Bolsonaro pontuou que os trechos do vídeo relativos à investigação podem ser todos apresentados à população, "exceto o que trata de política externa e segurança nacional". "Não pode ser divulgado por questão de confidencialidade de assuntos estranhos ao inquérito", afirmou.  

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