Correio Braziliense
postado em 12/05/2020 17:50
Após assistir ao vÃdeo da reunião ministerial do dia 22 de abril, o advogado do ex-ministro Sérgio Moro Rodrigo Sánchez Rios afirmou que o material 'confirma integralmente' as declarações dadas pelo ex-juiz tanto no anúncio de sua demissão quanto no depoimento prestado à PolÃcia Federal no último dia 2. Em nota, o advogado afirmou ainda que o vÃdeo 'não possui menção a nenhum tema sensÃvel à segurança nacional' e defendeu que a Ãntegra da gravação seja tornada pública.
O registro foi exibido nesta terça, 12, a um restrito grupo de pessoas autorizadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Celso de Mello, relator do inquérito sobre suposta tentativa de interferência polÃtica do presidente Jair Bolsonaro na PF. A exibição foi realizada no Instituto Nacional de CriminalÃstica da corporação em BrasÃlia, 'em ato único' - conforme determinado por Celso de Mello - com participação de Moro, integrantes da Advocacia-Geral da União e procuradores que acompanham o caso.
Segundo Moro, em tal reunião, Bolsonaro teria dito que iria 'interferir em todos os ministérios'. "O presidente afirmou que iria interferir em todos os Ministérios e quanto ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, se não pudesse trocar o Superintendente da PolÃcia Federal do Rio de Janeiro, trocaria o Diretor Geral e o próprio Ministro da Justiça", relatou. (Leia a Ãntegra aqui).
O vÃdeo da reunião foi entregue pelo Planalto ao Supremo na sexta, 8, e o decano decidiu colocar temporariamente sigilo sobre o material. Ao autorizar o acesso do material pela PGR, AGU e por Moro, o ministro registrou que decidirá 'brevissimamente, em momento oportuno, sobre a divulgação, total ou parcial, dos registros audiovisuais contidos na mÃdia digital em questão'.
'Zero preocupação'
Nesta segunda, 11, à s vésperas da exibição do vÃdeo, Bolsonaro afirmou que tem 'zero' preocupação com a gravação e que decidiu entregar o vÃdeo pela 'verdade acima de tudo'. No entanto, o presidente disse esperar que apenas trechos que envolvam o inquérito sejam divulgados. Ele afirmou que o tem da reunião foi 'bruto', pois era reservado e se fosse em público teria usado uma forma mais 'polida'.
Antes de entregar a mÃdia ao Supremo, a Advocacia-Geral da União alegou que a gravação tratava de 'assuntos potencialmente sensÃveis de Estados' e pediu para remeter apenas trechos. Depois pediu que a divulgação se restringisse aos trechos do inquérito e ainda pediu que fosse definida a cadeia de custódia da gravação.
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