Politica

Bolsonaro: "Quem não quiser trabalhar, que fique em casa, porra"

Após recorde de número de óbitos confirmados por covid-19 em 24 horas, presidente voltou a defender o retorno das atividades econômicas

Correio Braziliense
postado em 13/05/2020 13:47
Após recorde de número de óbitos confirmados por covid-19 em 24 horas, presidente voltou a defender o retorno das atividades econômicasO presidente Jair Bolsonaro voltou a defender nesta quarta-feira (13/5) o retorno das atividades econômicas em todo o país. "O que tem que voltar a trabalhar. Quem não quiser trabalhar, que fiquem em casa, porra. Ponto final", disse à imprensa, no Palácio da Alvorada. Na última terça-feira (12), o país atingiu recorde de óbitos por covid-19, com 881 registros realizados em 24 horas.

As falas do presidente foram em resposta a questionamento sobre o seu alinhamento com o ministro da Saúde, Nelson Teich, que ainda defende o isolamento social, enquanto Bolsonaro, desde o início da pandemia, defende que o distanciamento seja feita apenas por pessoas que estão no grupo de risco - idosos e pessoas com doenças crônicas. 

Para ele, no Brasil há um movimento errado de se preocupar apenas com a questão do vírus, pontuando que "o desempregado está do lado". "Vai chegar num ponto que esse povo com fome vai vir às ruas", disse. Conforme o chefe do Executivo, para ser "politicamente correto, muita gente não fala nada ou fica adotando essas medidas de isolamento total”. 

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De acordo com Bolsonaro, "o homem que está passando fome perde a razão". "Ficar em casa para quem pode, legal. Agora para quem não tem condições, a geladeira está vazia, é desumano. O cara tem que trabalhar. O governador de São Paulo (João Doria) disse que é melhor o isolamento do que o sepultamento. Quem ficar em casa parado, vai morrer de fome. Até o urso tem o prazo para hibernar. Ele fica três, quatro meses, depois sai, pô. Nós não podemos ficar hibernando em casa" afirmou. 

Foram confirmados ontem 12.400 óbitos por covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, e 177.589 casos confirmados. Como ainda não existe um remédio ou vacina contra o vírus, a medida mais eficaz apontada por autoridades sanitárias, como a Organização Mundial da Saúde (OMS), para evitar o aumento de casos de forma ainda mais acelerada, é o distanciamento social. Algumas cidades brasileiras já adotaram o confinamento total - chamado de "lockdown".

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